05/07/2021 às 16h43min - Atualizada em 05/07/2021 às 16h43min

Mudanças climáticas podem ameaçar projeto de reintrodução da ararinha-azul na natureza | Portal Obidense

Os pesquisadores realizaram projeções computacionais para os próximos 50 anos para avaliar se as mudanças climáticas poderão afetar as plantas que a ararinha-azul utiliza para abrigo e obtenção de alimento

Por: Walmir Ferreira
Informações UFOPA



PARÁ - A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) está extinta na natureza desde o ano 2000. Atualmente, existem cerca de 150 indivíduos da espécie que vivem em cativeiro, a partir de um projeto que tem como objetivo salvar a espécie da extinção total, dentro do Plano de Ação Nacional para Conservação da Ararinha-Azul, organizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente.


Mas esse projeto pode ser ameaçado pelas mudanças climáticas, considerando que a sobrevivência desses animais em seu habitat original pode ser muito mais difícil com a escassez de alimento e abrigo causada pela falta de condições climáticas adequadas. A área de reintrodução da ararinha-azul fica no Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, uma área de proteção integral, que é rodeada pela Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, no sertão baiano.

A Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) integra uma frente de pesquisa, junto com a Universidade de Brasília (UnB), Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o Instituto Ecótono, que analisou projeções climáticas relacionadas ao ambiente onde os animais devem ser reintroduzidos.

Os pesquisadores realizaram projeções computacionais para os próximos 50 anos para avaliar se as mudanças climáticas poderão afetar as plantas que a ararinha-azul utiliza para abrigo e obtenção de alimento, que são recursos fundamentais para a sobrevivência da espécie.

 
Segundo o pesquisador professor doutor Samuel Gomides, docente da Ufopa do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade (PPGBEES) e líder da pesquisa, “os resultados obtidos no estudo são importantes, pois permitem, aos gestores do projeto de reintrodução da ave, escolher melhores estratégias para a introdução da espécie na natureza, como fazer escolhas de locais climaticamente mais estáveis, e guiar programas de recuperação de áreas degradadas que serão importantes para a espécie no futuro próximo. Isso permitirá a antecipação de eventuais riscos para a sobrevivência dos animais que iniciarão esse projeto de reintrodução e recuperação da espécie”.


    
 
 

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