23/11/2015 às 09h19min - Atualizada em 23/11/2015 às 09h19min

A prática ainda usada por alguns ribeirinhos no Amazonas, acontece na vazante dos rios.

Continuaremos com as publicações, atendendo a pedidos da série “vida de ribeirinhos”, onde conta a vida cotidiana do interiorano, suas prática e trabalhos de subsistência tanto na pesca como na agricultura.

Por: Moadir Rocha
Foto: Portal Obidense

ÓBIDOS - Na vazante dos rios, principalmente o Rio Amazonas, é a época mais propícia para as capturas desses deliciosos petiscos. Na nossa região existe quatro maneiras de pescar:

A primeira forma consiste em duas pessoas entrarem nas águas, permanecer por alguns minutos até sentirem aquela famosa coceirinha nos pés, quando os camarões começavam a passar neles, pelas pernas e joelho, dá uma sensação gostosa.

Nesse momento as pessoas mergulham uma saca ou qualquer outro pano dentro d’agua e pisam nos quatros cantos, em seguida jogam o pirão da farinha no centro do recipiente.

No momento dessa operação os camarões se afastam, as pessoas permanecem por mais alguns minutos quietos em silêncio até voltar a sentir a coceirinha. As duas pessoas (pescadores) precisam estar uma à frente da outra e através de olhares e gestos entram em um consenso sobre a hora de retirar o pano ou a tela de dentro da água.

Então isso pode definir o resultado da pescaria: se um deixar de executar corretamente os movimentos, a pescaria está perdida, estes teriam que ser homogêneos na mesma proporção um do outro com a mesma velocidade porque essas presas são muito rápidas.

As duas pessoas arriam lentamente os braços colados nas pernas até localizar os quatros cantos do pano, na contagem de três começam a torcer e levantam lentamente até retirar totalmente das aguas. Essa operação pode ser executada por várias vezes até completar uma quantidade desejada pelos pescadores.

A segunda é capturar os camarões para usá-los como isca nas pescarias com anzol durante a época do tucunaré, carauaçú, pescada e etc. O pescador chega lentamente com sua canoa nas touceiras do capim premenbeça, introduz a pá do remo de baixo das raízes do capim e levantar lentamente até localizar as presas, essa captura é feita com uma das mãos haja visto que a outra deve sustentar a pressão do remo para manter as raízes do capim fora d’agua.

A terceira que é usada, por pescadores menos experiente é fazer a varredura em dupla, uma espécie de mini arrastão a beira (margem) do lago, garapé ou rio, com uma tela, parte submersa até ao chão e a outra ponta fora da água.

A quarta forma que é a menos usada, é a pesca com tarrafas, feita com malhas super pequenas (miúdas) feita de linha de Nylon com uma espécie de saco interno para prender os camarões no momento que retirar a tarrafa da água.


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