15/04/2021 às 12h06min - Atualizada em 15/04/2021 às 12h06min

Notícia-crime é enviada ao STF contra ministro do meio ambiente senador de Roraima e presidente do Ibama pela PF do Amazonas | Portal Obidense

De acordo com a PF do Amazonas, Ricardo Salles e Telmário Mota estariam tentando atrapalhar investigações sobre extração ilegal de madeira.

Fonte: Correio Braziliense

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Foto: Divulgação
BRASIL - O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (14) notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o senador Telmário Mota (PROS-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, por praticarem interferências indevidas no órgão.

A denúncia é assinada por Alexandre Saraiva, diretor da Polícia Federal no Amazonas. Segundo Alexandre, o setor madeireiro tinha parceria com o trio Salles, Mota e Bim, para "causar obstáculos à investigação de crimes ambientais e de buscar patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a administração pública."


Os três estariam intervindo no órgão no âmbito de uma operação que prendeu duzentos mil metros cúbicos de madeira extraídos de maneira ilegal na floresta Amazônica, avaliadas em R$ 129 milhões.

Eles seriam também um "braço ativo" de madeireiros alvos da Operação Handroanthus, ocorrida em dezembro do ano passado.



O delegado indica, com documentos e fotos de satélite, que uma permuta de terras do Estado estaria ocorrendo na floresta – e que o ministro Ricardo Salles, em vez de apoiar o poder fiscalizatório, estaria se aliando aos criminosos. Além disso, atuou como "verdadeiro advogado administrativo" indo até locais de extração e buscando provas para obter a inocência dos investigados.

"Mesmo amparado por farta investigação conduzida pela Polícia Federal – isto é, órgão de segurança pública vocacionada produzir investigações imparciais –, resolveu adotar posição totalmente oposta, qual seja, de apoiar os alvos, incluindo, dentre eles, pessoa jurídica com 20 (vinte) Autos de Infração Ambiental registrados, cujos valores das multas resultam em aproximadamente R$ 8.372.082,00", descreve um trecho da peça enviada ao Supremo.

"Chegou ao ponto de pretender atuar como perito, querendo rastrear a madeira extraída, sem ao menos saber qual o modus operandi da organização criminosa. A atividade pericial não é simplória, como pretende transparecer o agente político", completa o delegado.

Sobre o senador, pesam acusações de que o parlamentar estaria contra as ações da Polícia Federal, e ao lado dos madeireiros. Além de tuítes do senador, a PF do Amazonas cita que a tentativa de interferência do parlamentar nas operações da Polícia Federal é antiga, citando um caso da Operação Arquimedes, ocorrida em 2017 pela Polícia Federal em Parceria com o Ibama.

A notícia-crime (rito processual) serve como um aviso para as autoridades de eventual ação criminosa em andamento, ou cometida. Neste caso, cabe ao Supremo avaliar se determina ou não abertura de investigação sobre o caso.


 


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