04/07/2022 às 09h18min - Atualizada em 04/07/2022 às 09h18min

04 de Julho de 1187: O Sultão Saladino reconquista Jerusalém | Portal Obidense

Esta batalha termina com a reconquista de Jerusalém pelos muçulmanos e torna ilusória a manutenção dos cruzados na Terra Santa

Redação
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HOJE NA HISTÓRIA - Senhor do Egipto e da Síria, o sultão Saladino conquista uma grande vitória sobre o exército dos cruzados da Palestina no dia 4 de Julho de 1187, perto da colina de Hattin, próximo do lago Tiberíades (Batalha de Hattin). Esta batalha termina com a reconquista de Jerusalém pelos muçulmanos e torna ilusória a manutenção dos cruzados na Terra Santa. 
 
Ao longo dos anos, os cruzados vindos da Europa foram sendo assimilados pela população local ao casarem-se com jovens arménias, gregas ou sírias. Os seus filhos seriam marcados pela miscigenação cultural. Um fluxo permanente de peregrinos armados vindos do ocidente  ajudavam-nos a defender o seu território contra os muçulmanos. 

 
Os novos cruzados, impacientes para lutar contra os infiéis, não escondiam seu desprezo pelos cruzados já instalados na Palestina e seus descendentes. Não entendiam o seu relacionamento cordial com os vizinhos turcos ou árabes. Os reis que se sucediam em Jerusalém faziam de tudo para impedir esse relacionamento. Contudo, a união tão temida surge em 1174 sob a égide de um chefe providencial, o curdo Saladino. 
 
No mesmo ano, o rei Amauri I  de Jerusalém morre e é o seu filho que herda o trono sob o nome de Balduíno IV. Mas ele tinha apenas 13 anos e descobriu que sofria de lepra. Não obstante, o jovem preservava o reino com coragem pedindo para ser levado em liteira ao campo de batalha se necessário. 
 
O chamado Rei Leproso mantinha relações de estima com o seu inimigo Saladino a quem, apesar disso, combatia com energia. Em 1177, o exército de Saladino sitia os cruzados em Ashkalon, um porto do sul da Palestina, e depois dirige-se a Jerusalém. No entanto, Balduíno IV inflige-lhe uma pesada derrota. 
 
Quando, em 16 de Março de 1185, o infeliz Balduíno IV falece, Raimon de Tripoli e os barões do reino tentam impedir que Gui de Lusignan assuma o poder. Mas este, habilmente, toma a regência em nome de Balduíno V, filho de Sibila (irmã de Balduíno IV), ainda criança. No poder, Gui beneficia da cumplicidade de três conselheiros:  Héraclius, patriarca de Jerusalém; Gérard de Ridefort, grande-mestre da Ordem dos Templários; Renaud de Châtillon, príncipe da Antióquia. 
 
Châtillon é também senhor da Cisjordânia e chefe da poderosa fortaleza de Kérak, a leste do rio Jordão. Esses domínios permitem-lhe controlar as comunicações entre os muçulmanos do Egipto e da Síria. Decide lançar uma expedição marítima no Mar Vermelho em 1183, visando saquear o santuário de Meca. As suas tropas são derrotadas dois dias antes do seu objectivo. 
 
Saladino adoece gravemente em 1185. Até aquela altura, limitava-se a comandar o mundo muçulmano pouco se preocupando com os francos e com Jerusalém. Decide então relançar a jihad – a guerra santa contra os infiéis. 
 
Na Primavera de 1187, Châtillon ataca de novo uma caravana, violando a trégua entre cruzados e muçulmanos. Com um facto agravante: a irmã de Saladino fazia parte da caravana. O sultão exige uma reparação ao rei de Jerusalém, Gui de Lusignan, que recusa. Saladino põe-se em marcha com todo o seu exército em Maio de 1187. Uma derradeira tentativa de conciliação conduzida por Raimon III de Tripoli fracassa pelo facto dos Templários, comandados por  Gérard de Ridefort, terem atacado uma coluna de alguns milhares de soldados muçulmanos. 
 
Após uma jornada em pleno sol, o exército estaciona ao sopé da colina de Hattin. No dia seguinte, na manhã de 4 de Julho de 1187, a colina é cercada pelos muçulmanos. É o massacre. Quase toda a cavalaria franca perde a vida. Raimon III, todavia, consegue escapar com alguns cavaleiros. 
 
O sultão fica na posse da Verdadeira Cruz, uma relíquia descoberta por Santa Helena que acompanhava os francos em todos os campos de batalha. De volta a Damasco, entrega 300 monges-soldados do Templo e da Ordem dos Hospitalários aos religiosos ultrarradicais inimigos, que os executam de maneira tão selvagem quanto torpe diante dos olhos de Saladino. 
 
Para tomar a Cidade Santa, que, para surpresa de Saladino, estava bem defendida, tiveram de sitiá-la. Saladino concorda em preservar a vida e a liberdade dos sitiados em troca de dez besants - antiga moeda bizantina de ouro – para cada homem, cinco para as mulheres e um para as crianças. Ao tomar a Cidade Santa em 3 de Outubro, Saladino manda derrubar a cruz dourada erigida 88 anos antes no alto da mesquita de Omar. Força os seus prisioneiros Gui de Lusignan e Gérard de Ridefort a fazer os defensores das portas a renderem-se. Termina assim a grande empresa inaugurada pelo papa Urbano II – as Cruzadas. Durante mais um século, os cristãos do Ocidente tentariam retomar Jerusalém, sem vigor nem sucesso.
 


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