29/04/2024 às 13h58min - Atualizada em 29/04/2024 às 13h58min

Deputados discutem aumento de mortes policiais no Brasil | Portal Obidense

Segundo o último anuário de Segurança Pública, 173 policiais foram mortos em 2022. Cerca de 30% a mais em relação a 2021, quando 133 policiais foram assassinados

Por: João Gabriel Freitas
Da Rádio Câmara

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BRASIL - O levantamento também aponta que, na maior parte dos casos, os profissionais não estavam trabalhando - 7 a cada 10 assassinatos aconteceram enquanto o policial estava de folga.

Thiago Costa, representante do Conselho de Secretários de Segurança Pública, ressalta que em vários desses casos os policiais estavam trabalhando de outras formas para fazer uma renda extra.

Ele argumenta que o Estado não protege esses profissionais, que ficam vulneráveis fora do expediente. Thiago Costa defende que outro fator importante para o alto número de mortes é a exposição de dados pessoais dos policiais na internet.

“Estando fora do serviço ali, naquele momento, portando arma de fogo, ele é uma pessoa conhecida naquela redondeza como policial. Qualquer um pesquisa vai saber onde eu moro, qual meu telefone, quem é minha esposa, quem são meus filhos. A gente tem que buscar algum tipo de mecanismo legal que proteja o dado do policial na internet.”

Rodney da Silva, diretor de operações integradas do Ministério da Justiça, aponta que os cinco estados com mais mortes violentas de policiais são os lugares onde se concentram as maiores facções criminosas: São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Ceará e Bahia.

Ele acredita que essa relação não seja coincidência, mas diz que é preciso um trabalho de investigação para apurar quais as motivações dos ataques contra policiais.

“Eu quero crer, não temos esses dados, pelo menos onde eu busquei e não consegui, que boa parte disso tem a ver com essas facções criminosas. Então a gente precisa estudar de forma adequada a razão, a essência para a gente enfrentar a causa. A causa está nessa proliferação do crime organizado no país que a gente precisa bater de frente.”

Na mesma medida, o deputado Capitão Alden (PL-BA) pede que o Ministério da Justiça cobre das secretarias estaduais de segurança relatórios mais completos. Ele argumenta que registrar apenas o número de óbitos não é suficiente para entender os riscos da profissão no país.

“Que a maior parte dos dados que nós temos se refere ao homicídio e suicídio. Mas, por exemplo, quantos casos de lesões corporais foram praticados, quantos agentes, contra agentes de segurança pública, não temos? Quantos casos de ameaças, quantos policiais militares, civis, guardas civis municipais foram expulsos de suas residências? Saiu com a mão na frente e outra atrás.”

Ferdinando Gregório, presidente da Associação dos Policiais Penais do Brasil, afirma que o sistema penal é ineficiente, fruto da falta de uma legislação sólida.

O policial frisa que sem uma política ampla e apartidária, não é possível manter as pessoas presas e impedir o aumento da criminalidade.

“O sistema penal ele tem que ser encarado como uma política de estado e não uma política de governo enquanto o sistema penal não foi encarado como orgânico e sistêmico a gente fica refém de cada um que chega ao poder através do voto e cada um que chega ele pensa de uma forma e ele age de uma forma diferente daquele que estava antes.”

De acordo com o relatório de mortalidade policial do Instituto Monte Carlo, 9 policiais penais foram vítimas de crimes letais em 2023.

 

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