15/12/2022 às 18h29min - Atualizada em 15/12/2022 às 18h29min

Arte navais, pequena história de nossa região | Portal Obidense

Herdada dos primeiros habitantes, a construção de canoas e barcos em meio a ameaça de extinção e falta de reconhecimento do profissional

Walmir Ferreira

Walmir Ferreira

Comunicador - Produção de materia sobre as coisas de nossa cidade

Walmir Ferreira

ÓBIDOS – É Inegável afirmar que os primeiros construtores navais da Amazônia foram os índios. Nos primórdios, a canoa era o principal meio de transporte dos indígenas na Amazônia, nas quais as longas distâncias eram vencidas a remo. Os índios de diversas tribos percorriam em suas grandes flotilhas os diferentes rios da nossa imensa Amazônia.

As canoas e os pequenos e médios barcos de madeira são artefatos fundamentais na vida social dos povos da nossa região. Essas modalidades de transportes fluviais de vários tipos, cores e tamanhos deslocam pessoas e mercadorias num vaivém constante, dando uma dinamicidade própria na civilização dos rios, com evolução em meio a tecnologia que vai do mará ao remo e motores de rabetas.

Na região, a construção naval tradicional é, ainda, formada basicamente por proprietários de estaleiros e por trabalhadores navais em condições de precariedade, mas que, detentores de um conhecimento tradicional, conseguem suprir importante parcela da demanda naval no que se refere à construção e ao conserto de barcos de madeira tipicamente regionais.
 
Contudo, esses estaleiros podem estar em vias de extinção diante da concorrência dos barcos construídos em aço e diante das proibições de uso de madeira pelas agências ambientais, reduzindo, portanto, a procura do oficio dos trabalhadores navais, especialmente do carpinteiro e dos calafates.

Essas experiências foram, por vezes, invisibilizadas ao longo da história do trabalho, não muito diferente dos dias atuais. Elas extrapolam no tempo e no espaço de um saber tradicional acumulado na vida cotidiana dos trabalhadores navais, registrados na história e na memória.

Não para regionalizar, mas para apenas lembrar como exemplo, o “tilheiro” as margens do lago Pauxis, do saudoso Zé André entre outros.

Nos dias atuais, percebemos a ‘adaptação’ dos trabalhadores navais na modernização de equipamentos de trabalho, pois, antes eram utilizadas ferramentas manuais cuja força desencadeadora se efetivava pelo braço do homem, tais como o machado, o facão, o martelo, o formão, a broca manual, formão etc.

Porém, ainda é de grande utilidade os serviços considerados artesanais para consertos e reparos de pequenos barcos de madeiras, onde sua construção está sendo descontinuada devido a legislação de segurança naval. Em Óbidos, assim como outras cidades da Amazônia ainda existe e são muito procurados. 

 
Link
Tags »
Leia Também »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp