02/10/2022 às 14h41min - Atualizada em 02/10/2022 às 14h41min

Feliz Aniversário Sentinela da Amazônia, memoria de pensamento de Alessandro Savino | Portal Obidense

A minha Óbidos não existe mais, só nas minhas lembranças e nada mais...

Por: Alessandro Savino

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ÓBIDOS - Em minha memória há uma saudade dos tempos de outrora, há um bilhete perdido cheio de rabisco, e com uma profecia daqui fui, ganharei o mundo e aqui retornarei. Já se vão 37 anos em que o Barco Vitória – Régia contornou a ponta do Velho Paturi, e em minhas retinas ficaram plasmadas as últimas imagens da Cidade Presépio, e o derradeiro piscar das luzes da torre da extinta Telepará.
 

Como mudou bastante o meu torrão, berço da minha existência, onde vivi toda a minha infância, terra de pessoas simples, olhar ingênuo, cheio de pureza, hospitalidade, amizade e amor.
 
Das sombras do Bacuri da rua Deputado Raimundo Chaves, a saudade ficou, a rua do Palácio Municipal, do Colégio São José e do Armazém do Seu Júlio Coelho, por onde tantas vezes a minha felicidade vagou errante por suas ladeiras indo desaguar no Rio Mar…
 
E como não recordar do saudoso Bar Andrade, ponto de encontro de uma geração, hoje só o silêncio habita o seu salão.
 
Dos fornos da Padaria dos ávidos Srs. Antônio Padeiro e Chalito, não saem mais os pães de massa fina e massa grossa.
 
Das esteiras de produção também não saem mais, o saboroso Guaraná Fran.
Os tambores dos Cordões Folclóricos a Garcinha, Pai do Campo, Pintadinho e Arara, não rufam mais.
 
Os foguetes do Sr. Cabanela que anunciavam as pelejas no Lendário General Rego Barros, não estouram mais.
 
Dos pés de Flamboyants e das Castanholeiras árvores dominantes da arborização da Praça de Sant’Ana, no outono suas folhas, não caem mais como uma pluma perdida ao vento.
 
O Pingo D’água, suas lágrimas não escorrem mais.
 
As areias da praia da Cabeça do Padre não são acariciadas mais pelos ventos vindos do Rio Amazonas.
No cinema Acácia, as luzes das máquinas de projeções se apagaram.

É meus conterrâneos, o tempo em Óbidos parecia nem existir, eu só queria brincar e sorrir, a infância parecia uma eternidade, que hoje se transformou numa saudade, que para sempre vou sentir.
 
Um dia quero lá voltar, vivenciar a terra sob os pés descalços, caminhar sem ser tomado pelo cansaço, percorrer suas ladeiras e andar a esmo com o olhar distraído.
 
Entrar na Catedral de Sant’Ana, rezar e esquecer as coisas corriqueiras, pedir a benção ao Criador para que me dei vida, para continuar contando as histórias da minha terra querida, que estás inteira, dentro do meu coração.


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