30/08/2022 às 11h02min - Atualizada em 30/08/2022 às 11h02min

Índio do Buraco’: a história do indígena último sobrevivente de seu povo e que vivia há 30 anos sozinho | Portal Obidense

Indígena isolado foi encontrado morto coberto de penas de arara por membros da FUNAI

Da Redação
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AMAZÔNIA - A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) noticiou que o último indígena da etnia Tanaru, também conhecido como ‘Índio do Buraco’ ou ‘Índio Tanarú’ foi encontrado morto no último sábado (27).
 
Tanaru era um símbolo da resistência dos povos indígenas em toda a Amazônia. Ele era o último dos indígenas tanarus e sua morte representa a extinção desta cultura para sempre.

 
Indígena isolado foi encontrado morto coberto de penas de arara por membros da FUNAI
 
O indígena estava na Terra Indígena Tanaru. Seu corpo foi periciado pelo Instituto Nacional de Criminalística e o local de sua morte foi averiguado por indigenistas e policiais.
 
De acordo com as informações da Polícia Federal, não existiam sinais de luta, violência ou presença de outros seres humanos no local.
 


“Não havia vestígios da presença de pessoas no local, tampouco foram avistadas marcações na mata durante o percurso. Também não havia sinais de violência ou luta. Os pertences, utensílios e objetos utilizados costumeiramente pelo indígena permaneciam em seus devidos lugares. No interior da palhoça havia dois locais de fogo próximos da sua rede”, informa a nota da Funai.
 
Em entrevista ao ‘Amazônia Real’, o indigenista Marcelo dos Santos afirmou que se estuda a possibilidade de morte por doenças ou contaminações.
 
“Ele foi encontrado na rede e coberto de penas de arara. Acreditamos que o corpo, isso é só especulação, não sou legista, estava lá há uns 40 a 50 dias. Ele estava esperando a morte, não tinha sinais de violência. O Altair fazia visitas, quatro ou cinco vezes por ano. Mas é preciso investigar se houve alguma doença ou contaminação”, afirma. 

Quem foi o ‘Índio do Buraco’? 

Em 1995, um grupo de fazendeiros atacou um grupo de indígenas Tanaru. Eram cinco pessoas. Todas foram assassinadas pelos criminosos.
 
O único sobrevivente era o ‘Índio do Buraco’. Por 27 anos, ele viveu sozinho em meio à selva amazônica. A FUNAI institui uma Terra Indígena para o Tanaru e fazia uma vigilância distante do homem que sobreviveu a um genocídio sozinho.
 
Os criminosos responsáveis pelo crime nunca foram responsabilizados. “Os seus territórios estão sendo invadidos, eles estão sendo expulsos sem nenhuma garantia de vida. É muito triste o que aconteceu com o índio isolado do Tanaru. Ele não aceitava de forma nenhuma o contato com essa sociedade que massacra e leva à extinção vários povos indígenas”, comentou Ivaneide Bandeira, ambientalista e fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, ao G1.
 
Tanaru ganhou o apelido de ‘Índio do Buraco’ por conta de um buraco de grande profundidade ter sido encontrado na terra em que habitava. O buraco, segundo indigenistas, aparentava ter um valor religioso para Tanaru:
 
Só existe um registro em imagem deste homem, feito pela Funai em 2018:


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