02/06/2021 às 17h47min - Atualizada em 02/06/2021 às 17h47min

Estudo aponta presença de elementos químicos em regiões do rio Tapajós nos municípios de Santarém e Itaituba | Portal Obidense

A coleta das amostras da água do Tapajós foi realizada no baixo Amazonas, no Oeste do estado do Pará.

Fonte: UFOPA
Foto: Rosa Rodrigues - UFOPA
PARÁ - A pesquisa foi liderada pelo professor Arthur Abinader Vasconcelos, do Instituto de Biodiversidade e Florestas (Ibef) da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em parceria com os pesquisadores Kelson Faial e Bruno Santana, do Instituto Evandro Chagas, e com a participação de outros professores da Ufopa.

O trabalho teve como objetivo investigar a presença de poluentes inorgânicos, também chamados ânions inorgânicos, presentes em pontos selecionados para coleta no rio Tapajós, a partir de ações antrópicas, ou seja, com a intervenção humana no meio ambiente.

Esses ânions são substâncias químicas que podem apresentar certas afinidades com componentes de nosso sistema biológico, como o nitrato, que pode gerar a chamada "doença (ou síndrome) do bebê azul" ou meta-hemoglobinemia, que afeta o transporte de oxigênio no corpo pela oxidação do ferro Heme presente na hemoglobina. Destacam-se também outros ânions no estudo, como o cloreto, que pode causar problemas dermatológicos e estomacais; o fosfato e o sulfato, que podem afetar os rins.

A coleta das amostras da água do Tapajós foi realizada no baixo Amazonas, no Oeste do estado do Pará, nas cidades de Santarém e Itaituba. Foram três regiões envolvidas na pesquisa: em Santarém, a orla da cidade e a comunidade de Pajuçara; e, em Itaituba, a orla daquele município. De acordo com o professor Arthur Vasconcelos, os locais foram escolhidos, entre outras razões, por serem regiões populosas por onde o rio Tapajós corre. “Trata-se, exatamente, da região que concentra o maior aquífero de água doce do planeta, o aquífero do Tapajós”, destacou.

O pesquisador apontou a importância do estudo devido à não existência de registros dos parâmetros relacionados à contaminação de esgoto doméstico a partir de elementos químicos como o fosfato, o sulfato ou ácido sulfônico, que podem estar presentes em detergente e shampoo. Outros elementos são o cloreto e o nitrato, que podem estar presentes devido às áreas de agricultura, nas quais são usados produtos químicos. “O trabalho se deu em determinar esses parâmetros de nitrato, cloreto, sulfato e fosfato nas amostras de água em 12 pontos amostrados de cada região de estudo”, disse Vasconcelos.

Resultados

Na conclusão do trabalho, o fluxo das embarcações é apontado como um possível responsável por parte dessa contaminação. Segundo o professor, “algumas embarcações podem ocasionalmente despejar efluente semelhante àquele despejado de uma residência. Resíduos de detergentes e alimentos podem contribuir para a presença destas substâncias”.

Além disso, o fenômeno de eutrofização, que é o excesso de nutriente no ambiente aquático, principalmente o fósforo, e possível presença de resíduos de defensivos agrícolas despejados no rio podem ter influenciado os resultados obtidos.


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