20/04/2016 às 15h00min - Atualizada em 20/04/2016 às 15h00min

Amigos lembram o primeiro ano da morte de Ingred Israel

Assassinato de Ingred Israel completa um ano nesta quarta-feira, 20. OAB-PA explica importância de diferenciar os crimes de gênero dos demais.

Da Redação
Com informações do G1 Pará

Foto: Reprodução/Facebook

BELÉM - Um evento realizado na tarde desta quarta-feira (20) na Faculdade de Nutrição da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, lembrou a jovem obidense Ingred de Kássia Israel, considerada a primeira vítima de feminicídio no Pará. O crime completa um ano nesta quarta-feira e o suspeito de assassinar a estudante, que era o namorado da vítima, está preso aguardando julgamento.  

A estudante Ingred de Cássia Israel, de 28 anos, foi assassinada no dia 20 de abril de 2015. Ela foi encontrada violentada e morta com 20 facadas dentro de sua casa, localizada no conjunto Cidade Nova 5, em Ananindeua, na Grande Belém. No dia seguinte, a Polícia Civil prendeu o namorado da vítima em flagrante pelo crime de homicídio.

De acordo com a Polícia Civil, o suspeito pelo assassinato da universitária confessou o crime, mas afirmou, em depoimento, que agiu em legítima defesa. Ele está recolhido em uma unidade do Sistema Penitenciário do Pará à disposição da Justiça.

Homenagem
Nesta quarta (20) amigos e colegas de faculdade prestaram homenagens à universitária e debateram o combate ao feminicídio. "Ela era muito querida e sua morte foi chocante para todos nós. Por isso, o centro acadêmico decidiu organizar esse evento para lembrar e homenagear a Ingred e também debater o feminicidio e os crimes contra as mulheres", explica Débora Pereira, uma das organizadoras do ato.

O evento iniciou por volta das 15h, com uma roda de conversa na sede da faculdade de nutrição, onde Ingred Israel estudava, e segue com um culto ecuménico a partir das 17h, na Capela da UFPA.

Feminicídio
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PA, Luana Thomaz, explica a diferença entre homicídios e feminicídios. "A legislação compreende que sempre que uma mulher é assassinada pela sua condição de gênero se trata de um feminicídio. Ou seja, se ela foi morta porque era mulher ou por preconceitos e discriminações ligadas ao fato de seus comportamentos, atos e falas não seguirem estereótipos femininos, por exemplo, temos um caso de feminicídio e a pena ao culpado será maior", enumera Luana Thomaz.

Homicídios simples podem ser punidos com penas de 6 a 20 anos de prisão, enquanto homicídios qualificados, como o feminicídio, podem receber penas de 12 a 30 anos de detenção.

A advogada reforça que o reconhecimento legal da diferença entre homicídios e feminicídio é importante para garantir o debate sobre a igualdade de gêneros no Brasil. "Contribui para a visibilidade do tema, pois é importante que as pessoas compreendam que mulheres estão sendo assassinadas apenas porque não se comportam de determinada maneira. Mas a lei penal não resolve o problema que é cultural e social. Precisamos falar de gênero nas escolas e nos espaços públicos porque é importante que todos falem sobre o que é ser homem e o que é ser mulher e ajam com mais liberdade, respeito e tolerância", afirma Luana Thomaz.

 


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