18/07/2016 às 00h00min - Atualizada em 18/07/2016 às 00h00min

Óbidos vence na garra e conquista título da 2ª Copa Oeste de Seleções

Nova formação passou no teste do triunfo sobre Prainha, que teve como destaque a transformação da postura diante do ineditismo de ter a torcida em peso ao lado

Por: José Augusto Garcez e Érique Figueirêdo
Fotos: Eury Silva

PRAINHA - Bastou o apito inicial da partida contra Prainha, na casa do adversário, no sábado (16), para que a seleção de Óbidos se mostrasse transformada. Correria, determinação, marcação pressão... tudo orquestrado pelos gritos vindos da torcida, que transformaram o estádio Alfredão em um pequeno "caldeirão". Muitos torcedores acompanharam a seleção na embarcação que levou a delegação até o local do último compromisso na competição, aproximadamente 400 obidenses estiveram em Prainha, outros seguiram viagem por terra. Ao meio dia de sábado, ainda tinha obidense saindo para Prainha na expectativa de assistir o triunfo obidense.

Com a vantagem adquirida na primeira partida em Óbidos, o técnico Manoel Senair mudou a equipe novamente. Para fortalecer o setor de marcação de Óbidos, ele colocou Pombique no lugar de Durú para fazer dupla com Duruti à frente da zaga, liberando Salsichão e Max para fazerem Gunga e Nicoleto infernizarem o setor defensivo de Prainha.  A seleção sofreu várias investidas do adversário, diminuiu o ritmo, mas ainda criou boas jogadas. Muitos jogadores deixaram o campo exaustos por causa do esforço. Novidade entre os titulares, Pombique auxiliou mais na defesa do que no ataque. Fez bem a

cobertura do setor defensivo obidense, mas, longe da área, não conseguiu ser produtivo na frente. Afinal, ele tinha a função de não deixar os homens de criação de Prainha produzirem. Cumpriu bem seu papel.

Tranquilidade para sair jogando, resistência as ofensivas de Prainha e muito toque de bola. Assim foi o começo de Óbidos na vitória por 1x0 sobre a forte seleção de Prainha. Calmo atrás e muito veloz na frente – com um trio ofensivo formado por Jiló, Gunga e Nicoleto na segunda etapa, o time definiu o resultado com um gol marcado aos 28 minutos do segundo tempo. Como aconteceu em Óbidos, Jiló entrou bem e teve grande participação no gol. O garotinho fez bela troca de passes com Fino pela esquerda, ganhou do setor defensivo adversário, tocou para Gunga, que chutou prensado e a bola sobrou para o artilheiro Nicoleto que não perdoa, marca e deixa seu nome na história do futebol obidense, junto com seus companheiros de seleção.

O gol da partida foi construído com vários toques na bola. O lateral esquerdo Fino deu o primeiro passe em direção a Jiló. Com muita tranquilidade, o meia atacante Jiló devolveu a bola na esquerda para Fino, os dois trocam vários passes até Jiló mirar na direção de Gunga, este chuta prensado. Artilheiro abençoada sempre está no lugar certo, Nicoleto apareceu de surpresa e chutou para decretar o título obidense na 2ª Copa de Seleções do Oeste do Pará, e levar a sua fanática torcida ao delírio na beira do campo.

O autor do único gol foi o artilheiro da seleção do misterioso Manoel Senair. Sempre alterando as escalações da seleção, cada formação para um novo desafio, hora aparecia na lateral esquerda Durú, depois Fino, até Esquerdinha teve sua chance. No meio não foi diferente, Duruti teve como parceiros na frente da zaga: Durú, Fino, Pombique. Sinal que o banco de reservas resolveu, os que entravam sempre davam conta do recado. Como neste jogo, Jiló saiu do banco e mais uma vez participou bem da partida. As apostas deram muito certo.

Foi o 10º jogo das duas seleções na copa, equilíbrio conquistado nas duas partidas da final. Prainha tinha a melhor campanha até as semifinais, com as duas vitórias na final, o selecionado obidense chegou aos mesmos 20 pontos do adversário, ambas com 6 vitórias, dois empates e duas derrotas. A diferença ficou nos gols. Óbidos teve o melhor ataque com 16 gols, enquanto Prainha marcou 12 vezes. Prainha teve a melhor defesa, sofrendo 6 gols, destes 4 do selecionado obidense, enquanto Óbidos sofreu 9 gols. Óbidos ficou com vantagem no saldo de gols. 7 gols contra 6 de Prainha. O aproveitamento das duas seleções no geral foi de 66,7%.

Clubes

Pt

Jg

V

E

D

GM

GS

SG

%

Óbidos

20

10

6

2

2

16

9

7

66,7

Prainha

20

10

6

2

2

12

6

6

66,7

A satisfação com as atuações da seleção contagiava a toda a torcida. O time sofreu muito mais foi capaz de resistir as ofensivas de Prainha que teve maior posse de bola na partida. A seleção teve tranquilidade para sair jogando com a bola no chão, esperando o momento certo de marcar. Em alguns momentos a ansiedade pelo final da partida deixou um certo nervosismo nos atletas da seleção. Vários cartões foram distribuídos, mais no final, tudo certo. Óbidos venceu e levou para os Pauxis o troféu de campeão da 2ª Copa Oeste de Seleções, título que não conquistava a 29 anos.

Depoimentos

Entre a emoção da conquista do título e a lucidez de estar vivendo um dos momentos históricos do futebol obidense, o criticado técnico Manoel Senair, desabafou ao conceder entrevista à imprensa. “Muito trabalho, trabalhamos a parte física, trabalhamos a parte tática, o toque de bola, sabíamos que era difícil jogar contra um time muito forte fora de casa e que chegou à final invicto, mais nosso time é unido. Nós tínhamos uma dificuldade, jogar no campo deles, mais eles tinham duas, nossa seleção e o tempo. No momento do gol, já sentíamos que seríamos campões, porque nosso time é valente e não daríamos chances de reação ao adversário. Quero agradecer ao torcedor, este título é deles. Agora é nós”, falou Manoel Senair no final da partida, muito emocionado.

A emoção também fez com que o goleiro Jalico chorasse em meio aos abraços dos torcedores no final da partida, o goleiro que disputou seis copas, sofreu, veio de um contusão até assumir a titularidade na seleção obidense e viu a campanha de seu time ir do céu ao inferno. “Não foi fácil, sofremos muito, eu particularmente sofri, principalmente após os lances dos gols nos jogos contra Curuá e Santarém, mas me mantive de pé e hoje estou aqui, fazendo parte dessa história e levando para Óbidos o troféu de campeão. Aos críticos o nosso muito obrigado, o que vocês disseram, só nos incentivou ainda mais, vamos comemorar, agora é nós”.

O capitão Marlisson foi quem recebeu das mãos do presidente da Associação das Ligas do Oeste do Pará (ADLOP), o troféu de campeão, emocionado o xerife da zaga obidense ergueu o caneco para os céus e dedicou o título a todos os obidenses espalhados pelo mundo. “Esse título não é de um time, é de um município inteiro, obrigado a todos que nos apoiaram, obrigado a todos que estiveram conosco,

esse título é de vocês obidenses!".

O experiente meia Max, o camisa 10 da seleção também quebrou o silêncio e falou, alvo de críticas durante a competição pelo seu rendimento, o experiente atleta de 38 anos agradeceu ao apoio de todos. “Graças a Deus conquistamos esse título, nosso povo merecia isso, nós atletas mais do ninguém merecíamos esse título para acabar com essa história que os jogadores da nossa época não conquistavam a copa oeste, agora é nós!”.

A esperança de gols da seleção, o atacante Nicoleto, dedicou o título a família e a todos os obidenses. “Esse título é muito importante pra nós que representamos Óbidos, quero mandar um abraço pra minha família e dedicar pra eles também esse título e a todos os obidenses”.

Ficha técnica:

Seleção de Óbidos (1): Jalico, Éder, Marlison, Paulinho, Fino, Duruti, Pombique, Salsichão (Jiló), Max (Durú), Gunga e Nicoleto. Técnico: Manoel Senair, Auxiliar: Renildo Andrade

Seleção de Prainha (0): Pedro, Matheus (Cássio), Cobra, Feião, Danilo, Barão, Jean (Maneco), Danúbio (Danley), Éder, Nadson (Leno), Machiquinho (Botcha). Técnico: Nelson Luiz.

Trio de Arbitragem:

Central: Hudson José Fernandes de Oliveira (Almeirim)

Aux. nº 01: Francisco Alves Feitosa (Almeirim)

Aux. nª 02: Railson Lima (Almeirim)

Árbitro Reserva: Angelino Sanches (Santarém)


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