31/05/2022 às 14h45min - Atualizada em 31/05/2022 às 14h45min

Tutu com Tacacá grupo musical que passeia entre as culturas populares de Minas e do Pará | Portal Obidense

O grupo faz show de estreia de seu primeiro disco, lançado no ano passado.

Redação
Da Redação
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BRASIL - Para quem estava com saudades de rodar a saia, após mais de dois anos sem encontrar o público, o carimbó paraense com jeitinho mineiro da banda Tutu com Tacacá volta a animar a plateia com um show especial no sábado, dia 11 de junho, às 20h, no Teatro Raul Belém Machado. A apresentação marca a estreia oficial do primeiro álbum do grupo, homônimo, que foi lançado nas plataformas digitais no fim de 2021. “Agora que estamos em um momento mais controlado da pandemia, estamos ansiosos para reencontrar a plateia e celebrar a vida! Ainda mais apresentando ao vivo as nossas canções autorais. Será uma noite de muita festa e surpresas”, conta a vocalista e compositora Ana Luísa Cosse.
 
No espetáculo, o Tutu com Tacacá vai apresentar todas as faixas do disco e alguns clássicos do carimbó de nomes como Dona Onete e Mestre Lucindo. Nos arranjos, a sonoridade da banda chama a atenção ao combinar instrumentos mineiros à estrutura do ritmo paraense. Do carimbó, vêm guitarra, baixo, banjo, flauta, curimbós e maracas, adicionados aos mineiros patangomes e caixas de folia. Segundo a cantora, os ritmos tradicionais de Minas e do Pará têm levadas muito parecidas que se encaixam muito bem. “Desde o começo da banda, nós pesquisamos e fazemos essa mistura que já vai além do uso desses instrumentos”, explica.


 
Do andamento das músicas, à maneira de compor e as temáticas das letras, e até o jeito de dançar, sempre há a combinação das tradições populares dos dois estados. “Por exemplo, as composições paraenses retratam o modo de vida das pessoas, falam sobre pratos tradicionais, sobre a mata e os bichos, e também trazem denúncias em defesa da Amazônia e dos povos indígenas. Nós cantamos sobre a comida mineira, a fauna e flora do cerrado, e também nossas questões políticas: a resistência da mulher, a pauta LGBTQIA+ e sobre a importância de ser livre e se divertir como quiser”, salienta Ana.
 
O resultado disso tudo é uma música de muita energia, com clima de carnaval e que convida todo o público a dançar junto. De fato, o próprio Teatro Raul Belém Machado será reconfigurado para criar uma grande pista de dança em frente ao palco e incentivar, ainda mais, a festa. “A Tutu com Tacacá tem um público muito especial que nos acompanha, usa saias de carimbó, flores no cabelo, e dança muito. Isso faz com que a própria plateia seja um show a parte! Linda de se ver e melhor de participar”, destaca a percussionista e compositora Marina Araújo. E ela adianta que o show contará com uma participação do corpo de baile do Grupo Aruanda, que vai apresentar sua coreografia de carimbó e ensinar alguns passos de dança. “Para nos preparar para a volta aos palcos, fizemos questão de ir ao Pará, recarregar as energias e pedir as bênçãos dos mestres do carimbó”, Marina relata. No vilarejo de Alter do Chão, distrito de Santarém (PA), os integrantes da Tutu com Tacacá se encontraram com grupos tradicionais e chamaram atenção com seu particular carimbó mineiro. “A recepção dos mestres à nossa banda foi a melhor possível! Eles gostaram muito do nosso som, acharam interessante a mistura e ficaram felizes de ver que a expressão popular paraense também ecoa em Belo Horizonte, tão longe dali. Em um gesto de muita generosidade, fomos convidados para tocar ao lado de Mestre Paulinho Barreto e seu grupo, o Tatu Kanastra”, finaliza.


 
O show da Banda Tutu com Tacacá, dia 11/06, às 20h, no Teatro Raul Belém Machado tem entrada a preço simbólico, de R$ 4, com venda antecipada pelo site Diskingressos e na bilheteria do local, a partir de uma hora antes do espetáculo. Para coroar uma noite tão especial, a apresentação será registrada em vídeo, e lançada, em breve, nos canais digitais do grupo.
 
O show e o registro serão realizados com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.
 
O disco “Tutu com Tacacá”
Lançado em outubro de 2021, nas plataformas de streaming musical, o primeiro disco da banda Tutu com Tacacá conta com oito faixas autorais, com produção musical de Luiz Camporez e fortes influências de expressões culturais regionais, como o Reinado Mineiro, a Folia de Reis, a Catira mineira, carregadas com a guitarra e o banjo paraenses do carimbó. As músicas foram criadas após uma residência artística feita no Pará por Marina Araújo, que assina cinco faixas, e Ana Luísa Cosse, autora de uma música em parceria com Camporez.
 
Há, também, uma composição de Shari Simpson (flauta) e uma de Pedro Fonseca, ex-guitarrista e vocalista da banda. O processo de gravação foi feito no Eremita Estúdio, em meio às restrições impostas no combate à pandemia da Covid-19. À equipe coube o desafio de levar para o registro a energia tão presente nos shows ao vivo da Tutu com Tacacá, mesmo em uma situação de gravações individuais. O resultado final surpreende e já figura entre playlists do gênero.
 
Ouça o álbum: https://linkme.bio/tutucomtacaca/
 
Sobre a banda Tutu com Tacacá
A banda Tutu com Tacacá é fruto do encontro de músicos do Grupo Folclórico Aruanda, que queriam experimentar novas possibilidades estéticas e musicais a partir da cultura popular brasileira. O primeiro resultado dessa reunião foi o Bloco da Fofoca, que em 2014, resolveu levar o carimbó paraense para o carnaval de Belo Horizonte. “A fofoca é uma vestimenta íntima que utilizamos embaixo da maioria dos trajes das danças pesquisadas pelo Aruanda. Começamos a dançar vestidas de fofoca e decidimos que o nosso bloco seria o bloco das ‘fofoqueiras’. Já existia uma pesquisa de carimbó no Aruanda, conhecíamos as sonoridades e as movimentações da dança. Então, sempre foi um ritmo apaixonante e envolvente para nós”, explica Ana Luísa Cosse.
 
O sucesso do primeiro desfile do Bloco foi a fagulha para a criação de um projeto que se estendesse durante todo o ano: a banda Tutu com Tacacá. A primeira mistura estética do grupo começou com a adaptação dos ritmos do carimbó para os instrumentos clássicos do carnaval de rua. “As sonoridades mineiras foram chegando aos poucos e espontaneamente. Nossas composições são inspiradas nas tradições paraenses e mineiras, mas as letras refletem nossas vozes, nossos posicionamentos, o que temos vontade de dizer ao mundo”, conta Marina Araújo.
 
No que toca às referências, o Tutu com Tacacá reverencia as Irmandades mineiras, em especial as guardas de Moçambique e Congo, bem como nas Folias de Reis. “Também são referências para nós a Vesperata de Diamantina, Milton Nascimento e o Clube da Esquina”, conta Ana Luísa Cosse. Do Pará, a banda busca referência em diversos nomes, tais como Mestre Verequete, Dona Onete, Pinduca, Mestre Lucindo, Mestre Diquinho, Mestre Chico Braga, Suraras do Tapajós, Mestre Paulinho Barreto, Mestre Chico Malta, Mestre Hermes Caldeira, Mestre Osmarino Cumaruara, Mestre Silvan Galvão, Grupo Tatu Kanastra, Grupo Kuatá de Carimbó, Grupo de Tradições Marajoara Cruzeirinho, Grupo Tambores do Pacoval, Grupo Eco Marajoara, Grupo Sancari, Grupo Cheiro do Pará, Grupo Frutos do Pará. “Também nos inspiram artistas como Lia Sophia, Fafá de Belém, Joelma, Gaby Amarantos,Felipe Cordeiro e Félix Robatto”, completa.
 
A formação do Tutu com Tacacá conta com Ana Luísa Cosse (vocalista), Camila Menezes (baixista), Leléo Lima (percussionista), Marina Araújo (percussionista), Shari Simpson (flautista), Stênio Galgani (guitarrista) e Vivi Cosse (vocalista e maraqueira).
 
Em seis anos de história, a Tutu com Tacacá já realizou shows em eventos como o 13º Festival de Verão da UFMG (2019), Mostra de Cinema de Tiradentes/MG (2019) e I Festival Sindical da Canção (2017). A banda também foi vencedora do concurso “Sarau Minas Tênis Clube”, em 2019, e realizou um show em homenagem à cantora Dona Onete, diva do carimbó paraense, e recebeu o Prêmio Cultural Aldir Blanc, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, em 2020, na categoria Linguagens Artísticas.
 


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