ÓBIDOS - A enchente mudou a rotina dos moradores ribeirinhos. De seis em seis meses a região de várzea muda radicalmente e os moradores sabem como “lidar” com as mudanças climáticas. O principal meio de transporte, as canoas e as velozes bajaras com motor rabeta fazem o deslocamento das famílias de um lado a outro. Para a pescaria ou para chegar à casa de um vizinho.
A comunidade rural Nossa Senhora das Graças, região do Paraná de Baixo, município de Óbidos é uma das regiões atingidas pela cheia dos rios. E a mudança é refletida no nível da água sob o assoalho das casas que influencia diretamente a vida dos ribeirinhos. As pontes e marombas são necessárias e ligam a casa ao plantio, os animais aos donos, a produção ao produtor.
A comunidade enfrenta problemas com a estrutura da escola, com mais de trinta anos e nunca foi reformada. A máquina de força recebeu manutenção para garantir o fornecimento de água para as demais famílias. A estrutura da caixa d'água carece de reparos. Algumas residências estão há poucos centímetros da água. Um problema que pode ser maior com o aumento do nível do rio.
O nível do rio Amazonas estava até o dia 20 de maio em 7.97 centímetros. 24 centímetros maior que a cota de alerta que é de 7.73 centímetros. Esta já está sendo considerada uma das maiores enchentes, ficando atrás apenas que a de 2012 e 2009 que foi a maior já registrada na região, na ultima década. O rio da uma trégua e começou a baixar, começará uma nova rotina, para os ribeirinhos.
Todos esses números são importantes e revelam o quanto o aumento da água do rio causa impacto na vida do ribeirinho, mas nunca impede a alegria deste povo.