09/05/2017 às 09h30min - Atualizada em 09/05/2017 às 09h30min

A cheia do rio veio, e com ela, as diversas forma de adaptação dos ribeirinhos, maromba pra que ti quero!

A mudança não é apenas no senário da terra encoberta pelas águas, mas a paralização das aulas, confecção de marombas. Tudo precisa ser readaptado, é a longa jornada da cheia do Amazonas.

Por: Walmir Ferreira
Arte Portal Obidense

ÓBIDOS - Os raios solares anunciam a chegada de mais um dia ensolarado. Sobre a serra da escama, o astro maior revela sua maestria e um alívio para os dias de intensas chuvas. As tempestades dos últimos dias na região provocaram o aumento significativo do nível do rio, lagos e igarapés. Na região de várzea, isto é bastante significativo.

Onde antes era torrão, agora é um imenso lago. A água chegou. E veio em grandes proporções como há anos não se via. Desde as enchentes de 2009 e 2012 há quatro anos a enchente não era tamanha. E isto influencia diretamente o dia a dia dos ribeirinhos, famílias das regiões de várzea.

Na área conhecida como Paraná de Baixo, município de Óbidos, Oeste do Pará, a água chegou a um nível preocupante. Tanto que o assoalho das casas nem aparece mais. A água está há poucos centímetros do piso, que durante a estiagem chega a estar por volta de um metro e meio ou mais do chão.

A maioria das casas, na região de várzea são de assoalhos, altos e em casos extremos, prontas para remoção total para outro local. Isso se deve quando a cheia acaba interferindo em alto nível na vida dos moradores. Nesta região a gente percebe pelos detalhes que mudam conforme outra mudança, a climática.

Com o pico do período chuvoso os moradores improvisam como podem. Marombas, que são estruturas de madeiras construídas com objetivo de sustentar algo, são erguidas para abrigo de animais, como patos, galinhas, galinhas da angola, porcos e vegetais como a horta e as plantas ornamentais.

E não para por aí. As aulas da região de várzea tem calendário diferenciado com relação à zona urbana e de terra firme. Tudo por conta da enchente e período chuvoso. As escolas, igrejas, barracões comunitários ficam, na sua maioria submersos e o risco é alto. Por esse fato as aulas ocorrem durante o período de estiagem, ou vazante dos rios.

A última apuração do nível do rio Amazonas, feita pela Defesa Civil municipal consta 7.90 m. Com esse resultado o nível do rio estava há 17 centímetros acima do esperado para o sinal de cota de alerta. E a previsão é de mais chuvas, pelo menos por dois meses, para esta que já está sendo tida como uma das maiores enchentes dos últimos anos.


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