03/01/2024 às 11h13min - Atualizada em 03/01/2024 às 11h13min

EUA exigem que Ortega liberte o bispo Rolando Álvarez

Líder cristão está preso há mais de 500 dias

Da Redação
Pleno News

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Bispo Rolando Álvarez Foto: Reprodução / Print de vídeo / AFP

MUNDO - Os Estados Unidos exigiram, nesta terça-feira (2), que o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, liberte “imediatamente” o bispo Rolando Álvarez, condenado a 26 anos e quatro meses de prisão, destituído de sua nacionalidade e com os direitos de cidadania suspensos definitivamente por crimes considerados como de traição.

– Mais uma vez, pedimos ao governo da Nicarágua que liberte imediata e incondicionalmente o bispo Rolando Álvarez – declarou em comunicado o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller.

O pronunciamento dos EUA ocorre em um momento em que o bispo está preso há mais de 500 dias e apenas um dia depois de o papa Francisco, rezar o primeiro Angelus do ano, ter expressado sua “preocupação” com a detenção de padres católicos na Nicarágua.

No comunicado, os EUA questionaram as condições de detenção de Álvarez, bispo da diocese de Matagalpa e administrador apostólico da diocese de Estelí, ambas no norte da Nicarágua, que está detido no Sistema Penitenciário Jorge Navarro, nos arredores de Manágua.

Em particular, o Departamento de Estado criticou o fato de o religioso ter sido mantido em isolamento, o bloqueio de qualquer verificação independente de seu estado de saúde e o fato de o governo ter divulgado vídeos e fotografias que apenas “aumentam as preocupações sobre seu bem-estar”.

Em dezembro, depois que o Ministério do Interior da Nicarágua divulgou fotografias, o ativista Juan Carlos Arce, um dos advogados de defesa do Coletivo de Direitos Humanos Nicarágua Nunca Más, considerou o bispo uma “vítima de tortura”.

Em fevereiro, Álvarez foi condenado a 26 anos e quatro meses de prisão, teve sua nacionalidade retirada e seus direitos de cidadania suspensos definitivamente por crimes considerados como de traição.

A sentença foi proferida um dia depois de ele ter se recusado a embarcar em um avião que o levaria junto com outros 222 prisioneiros políticos nicaraguenses para os EUA, o que provocou a indignação de Ortega, que o chamou de “arrogante, desequilibrado e louco” em rede nacional de televisão.

Álvarez é o primeiro bispo a ser preso, acusado e condenado desde que Ortega voltou ao poder na Nicarágua em 2007, depois de liderar uma junta governamental de 1979 a 1985 e comandar a Nicarágua pela primeira vez de 1985 a 1990.

As relações entre o governo de Ortega e a Igreja Católica foram prejudicadas pela expulsão e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações diplomáticas entre Nicarágua e Vaticano.

 


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