21/11/2022 às 16h35min - Atualizada em 21/11/2022 às 16h35min

Confira os vencedores da 4ª Edição do Festival de Cinema de Alter do Chão | Portal Obidense

Foram premiadas produções de longa e curta-metragem, documentários, animações e smartphones, nacionais e internacionais, além de uma produção escolhida pelo voto popular.

Da Redação
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ALTER - A 4ª edição do Festival de Cinema de Alter do Chão chegou ao ao fim, e na noite deste domingo, 20, todos os que acompanharam este grande evento puderam conhecer os ilustres vencedores. No total, cinco categorias foram premiadas em âmbito nacional e internacional, além da escolha da melhor produção pelo voto popular, através da plataforma do Festival. 
 
“Estou muito feliz pela presença de todos. Nós sabemos o quando nós trabalhamos pra ter aqui a etnia Borari, o povo de Alter do Chão e pra tá mostrando tudo isso aqui pro Brasil e pro mundo”, disse Locca Faria, diretor do Festival. 

 
Cacique Gilson Tupinambá esteve representando um filmes dos premiadas. “Quero parabenizar o evento e dizer estou muito feliz em estar representando esse filme por ser um filme que traz um grito da floresta, então, pra nós povos indígenas, que lutamos pelo nosso meio ambiente, estar aqui e fazer parte disso é uma satisfação muito grande”, disse. 
 
O prêmio da noite era um lindo troféu com o formato de um Muiraquitã - segundos as lendas indígenas da Amazônia, um amuleto que traz sorte e felicidade para quem o possui. Confeccionado em Jacarandá e detalhes com aplicação em ouro, base de marchetaria composta de osso e madeira. Peça do artista Rony Borari 
 
Neca Borari, Cacique de Alter do Chão, também esteve recebendo um dos Muiraquitãs. “É motivo de alegria e honra estar recebendo esse prêmio, em nome da jornalista Miriam Leitão. A Miriam vem falando da vasta destruição do meio ambiente na Amazônia e eu, junto com meu povo, me sinto mais honrada ainda por está recebendo o prêmio em nome de uma mulher.”, destacou. 
 
O FestAlter, é um festival multicultural, realizado com a Parceria da Prefeitura de Santarém, por meio da secretaria de cultura (Semc), e com as participações de artistas locais, em especial os indígenas na etnia Borari. Nesta edição, mais de 80 pessoas estiveram envolvidas na realização do evento, gerando oportunidades e renda para a vila balneária. 
 
“Apoiar um evento como esse é fomentar a cultura no nosso município, é dar oportunidade para quem mora aqui é para quem está de passagem, colnhevendo nosso espaço, é plantar a sementinha da cultura, da arte e do audiovisual. Por isso, estaremos sempre de braços abertos para o FestAlter e para tantos outros eventos que venham somar com nossa cidade. Estou muito feliz, encerramos com chave de ouro”, enfatizou o secretário de cultura, Luís Alberto Pixica. 
 
A noite de encerramento ainda contou com shows culturais de Maria Lídia e Banda Phenomena. 
 
Confira os vencedores: 
Na categoria Documentário Curta-Metragem, o vencedor foi “Benzedeira”, com a direção de São Marcelo e Pedro Olaia. O filme mergulhava no universo da curandeira Maria do Bairro, que escolheu o silêncio para partilhar a sabedoria que lhe foi confiada. Esta ciência da natureza situa-se numa ilha solitária na comunidade da cidade de Bragança. Manoel Amorim, conhecida como Maria do Bairro, a negra bicha e curandeira, dedica-se a curar o corpo e a alma de quem a procura. O conhecimento que o habita não vem de adivinhações, mas da experiência e da resistência imersa na natureza, seus espíritos e filosofia. 
 
O premiado no melhor curta-metragem nacional, o ganhador foi “Último Domingo”, de Joana Claude e Renan Barbosa Brandão. A produção conta que a história de uma moça que recebe uma visita misteriosa e decide ressignificar seu próprio destino, dando uma nova perspectiva à clássica narrativa bíblica de Maria e José. 
 
Para o curta-metragem internacional, o escolhido foi “Children of wild orchid”, do Irã, que conta a história de menina muito jovem, que é alegre apesar de ser vítima de trabalho infantil, enfrenta as realidades mais sombrias de sua vida enquanto tenta ao máximo tocar suas belezas ao encontrá-las, com direção de Farshad Mohammadi. 
 
Nos filmes produzidos com Smartphones/celulares, o premiado foi “Rosa de Aroeira”, uma produção de Mônica Mac Dowell, que mostra, de forma simples, autêntica e emocionante, a força das mulheres de uma pequena comunidade do Rio Grande do Norte. Quatro mulheres, símbolo de resistência e tradição, contam suas histórias de vida através do relato de suas longas jornadas de trabalho. Filmado com celular, o documentário surpreende e apresenta cenas de uma beleza ímpar com trilha sonora original criada pela cantora e compositora potiguar, Valéria Oliveira.
 
Na mesma categoria, mas internacional, a vencedora foi a diretora Chaitanna Rajbangshi, com o filme “Spirit of clay”, que trata da existência uma ligação profunda entre o barro e as pessoas. O ponto principal deste filme é encontrar a natureza desta relação. Os oleiros vivem em diferentes partes de Bangladesh. O filme retrata sua criação, estilo de vida e processo de sobrevivência com o barro. 
 
Na categoria animação, venceu “Adeus, querido Mandi”,  um curta de Bruno Villela que dialoga histórias da Cosmologia do Alto Rio Negro com o conhecido mito japonês de Urashima Taro. Gravado inteiramente na língua Baniwa, a mais próxima da falada pelos antigos Manaós. 
 
Para animação internacional, “Mixi”, um filme indiano, de Jyotsna Puthran, foi o campeão. O filme mostra a 'REALIDADE ESCURA' por trás do seu prato favorito. O filme retrata um 'prato servido', que mói as sementes no lado escuro (realidade), retratando mortes por fome, venda de crianças, migração em massa estão na ordem do dia. 
 
Na categoria longa- metragem nacional, os vencedores foram Thiago Foresti e Renan Montenegro, com o filme “Onde fica Nova Esperança”. Por trás das praias e de paisagens paradisíacas, a cidade de Nova Esperança revela uma realidade dura e cruel. Na maior floresta tropical do mundo, Edmilson, Rubens, Ivonete e Alex, vítimas do trabalho escravo, enfrentam situações degradantes para sobreviver. Os personagens são inspirados em fatos reais e representam o drama do trabalho degradante na Amazônia brasileira.
 
O longa-metragem internacional premiado foi “Migrants”, do Irã. Uma história de Masoud Ahmadi que segue quinze pessoas diferentes, mas não conta suas histórias. Temos quinze histórias, mas não contadas. 
 
Demonstrando que a migração é isso. Deixar seu lugar de nascimento, mas você está, como se ainda estivesse lá. Ir para outro lugar, sentir-se fisicamente em outro lugar, mas deixar para trás seu verdadeiro eu. 
 
A premiada no Documentário Nacional foi a jornalista renomada Miriam Leitão, com “Amazônia na encruzilhada”. Uma produção que retrata São Félix do Xingu, no sudeste do Pará, município que, com o maior rebanho bovino do Brasil, emite mais gases de efeito estufa do que São Paulo, tem a terra indígena e unidade de conservação mais desmatada do país e os maiores índices de homicídios por terras disputas na amazônia brasileira. 
 
Na categoria Documentário Internacional “Sur Les Voix Des Amériques”, da Bélgica, dirigido por Julien Defourny. Apaixonado pela natureza e pelo mundo, em 2015, Julien parte para uma aventura na América do Sul que mudaria sua vida para sempre. Preocupado com as questões ambientais, ele inicia uma expedição com uma câmera na mão em busca de soluções. 
 
Quatro anos depois, percorreu 46.000 quilômetros com a força humana em todo o continente americano. Durante todos esses anos, as vozes dos humanos, dos seres vivos e da Terra o guiaram. Vozes que abriram sua mente para o sentido da vida e para soluções para o nosso futuro como humanidade. 
 
E no prêmio com o voto popular, o aclamado foi “Rosas Brancas” de Valentina Angel e Diogo Aurich. Conta que uma garotinha reza para forças maiores quando sua irmãzinha está no hospital, mas fica surpresa com a alegria que sente ao ouvir a música de um estranho. 


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