15/11/2017 às 12h42min - Atualizada em 15/11/2017 às 12h42min

Uma geração com problemas auditivos. Um drama atual e constante o que provoca e o que se deve fazer?

Por: Elialdo Junior
Foto: Elialdo Junior

ÓBIDOS - Já não é de hoje que os aparatos tecnológicos se fazem companhia constante de crianças e jovens filhos da geração digital. Os smatphones e players de áudio e vídeo, por exemplo, conjugados com seus fones descolados e com tecnologia de ponta, quase se confundem com a indumentária própria dessa geração.    A questão é que o uso incorreto desses instrumentos tecnológicos, tais como os fones de ouvido, pode trazer riscos à saúde dos usuários, daí a necessidade de se massificar a informação quanto às principais ocorrências, as formas de prevenção e, quando necessário, tratamento.

O Conselho Federal de Fonoaudiologia tem feito alertas importantes quanto a problemas de audição que jovens brasileiros vem apresentando, com frequência cada vez maior, em decorrência do uso incorreto dos fones de ouvido. Na verdade, o problema estaria relacionado ao volume em que os dispositivos são utilizados e o longo período de tempo de exposição dos ouvidos nessas condições.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmam que 1,1 bilhão de pessoas entre 12 aos 35 anos correm o risco de sofrer perdas auditivas irreversíveis por escutar música em fones de ouvido utilizados com volume muito acima do recomendado. Ainda de acordo com a OMS o uso dos fones de ouvido por mais de 90 minutos por dia pode aumentar o risco de desenvolver zumbido ou perda auditiva em até cinco anos. Se o uso for em potência máxima, as chances disso acontecer chegam a 75%.

Na internet, também companheira constante dos jovens da geração digital, vários especialistas defendem que os usuários de fones de ouvido não devem ultrapassar os 60% do volume dos tocadores e players. Caso contrário, a perda de audição e o zumbido nos ouvidos poderão ocorrer, dependendo da frequência de exposição, até mesmo de forma irreversível. O problema é tão grave que já rendeu até projeto de lei no Congresso Nacional objetivando proibir a comercialização de tocadores de mídias digitais em que o volume sonoro máximo ultrapasse os 90 decibéis. Em Óbidos falamos com uma profissional sobre o assunto.

"O ideal é que todos, principalmente jovens adeptos dos fones de ouvido, compreendam que a exposição prolongada dos ouvidos a ruídos de intensidade sonora elevada resultará inevitavelmente em problemas de audição. O ambiente caótico dos grandes centros urbanos onde a poluição sonora já constitui um problema constante somado ao uso incorreto e frequente dos fones de ouvido podem trazer sérias consequências pra essa turma. É importante ficar ligado para não transformar a diversão e descontração de hoje em um grave problema auditivo amanhã." Análise da Fonoaudióloga Kelliane Lopes, CRFa: 5- 10915.

Ainda que algumas pessoas sabidamente tenham maior predisposição genética a apresentar problemas auditivos, algumas dicas são importantes com relação à manutenção da saúde do sistema auditivo:

- Evitar exposição frequente a ruídos intensos;

- Usar com moderação e da forma correta os fones de ouvido, nunca ultrapassando os 60% de intensidade sonora do player;

- Dar preferências aos fones externos e;

- Permitir, ao longo do dia, intervalos de utilização do fone ouvido, e à noite evitar usar o aparelho na hora de dormir.

"É importante registrar, a perda auditiva induzida por ruídos causa lesões irreversíveis nas células ciliadas presentes no ouvido interno, assim o tratamento normalmente requer o uso de aparelho auditivo pelo resto da vida. Prevenir ainda é a melhor atitude." Ressalta Kelliane.

Em caso de dúvidas ou pra quem já está apresentando algum tipo de problema de audição, o negócio é procurar imediatamente um médico otorrinolaringologista ou um profissional de fonoaudiologia.


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