07/07/2017 às 16h49min - Atualizada em 07/07/2017 às 16h49min

Segundo conta o povo da comunidade do Arapucu a Folia de São Tomé é realizada a mais de 100 anos.

Por: Walmir Ferreira
Foto: Portal Obidense

ÓBIDOS - A Folia de São Tomé é realizada na comunidade do Arapucu, distante há aproximadamente 08 quilômetros da sede de Óbidos, Oeste do Pará a muitos anos, de acordo com os mais antigos é uma manifestação religiosa, cultural e profana realizada há mais de cem anos.

Tudo teria começado com os antepassados da família Gonçalo, uma das primeiras famílias que teria habitado a localidade. Durante determinado período do ano, o Santo era levado para dar a benção das roças, e depois era transportado para as residências onde eram celebradas as ladainhas.

Neste ano, a folia de São Tomé, nos dias 06 e 07 teve a responsabilidade da Família Sena. A visita à colônia São Tome foi realizada a tarde do dia 06. Às 18 horas foi dado início à Folia das Seis Horas. Logo após este rito os devotos convidados foram para o jantar dos Foliões. A programação seguiu com o agradecimento de mesa, onde os foliões e convidados rezam em agradecimento ao alimento consumido. Seguindo a programação vem a Reza da Ladainha. Um momento de batuque e cantorias que podem seguir por horas. Por último segue a Beijada. Um ato que consiste no beijo de agradecimento a imagem de São Tomé em respeito à tudo que foi

conquistado.

Reza a lenda que devido a uma doença infecciosa que teria ocorrido na região, devastado a maioria das lavouras e levando seus proprietários a grandes prejuízos, o povo começou a acreditar nos milagres, pois as roças visitadas e abençoadas por São Tomé, não eram afetadas pela peste. Fato este que levou os moradores da comunidade na crença das benções do Santo protetor foi sendo solicitadas por todas as famílias da comunidade.

Com o falecimento da matriarca dos Gonçalo, teria sido feito o convite ao senhor Manoel da Silva e sua esposa a se

nhora Rosa Silva a assumirem o comando da romaria. Com a família Silva no comando da folia, assim como as ofertas do almoço e jantar dos foliões, sendo também retomadas as Derrubadas do Mastro de Oferendas e a procissão fluvial conhecida por Mar a Baixo.

A responsabilidade da folia foi repassada adiante. O morador José Gonçalves de Freitas e sua esposa a senhora Rosalina Freitas aumentaram o número de foliões, os dias de visitação do Santo nas roças; introduziram a Caixa Grande ou Caixa de Resposta para dar suporte a Caixinha, e a outros instrumentos que sustentam o ritmo das toadas. Surgiu também a Bandeira Vermelha, como símbolo da fertilidade e os bailes nas residências onde o Santo pernoitava. O baile era animado por músicos locais, integrantes ou não da folia, com instrumentos rústicos de Pau-e-corda, conhecido por Espanta Cão, e executava diversos ritmos de músicas.

Com o avançar da idade, os Freitas repassaram o comando para o senhor Antônio Pereira da Silva e sua esposa Alice Viana Barbosa, carinhosamente conhecida por Lili, que no período de 1954 a 1987, mantiveram os festejos de São Tomé ininterruptamente com todos os requisitos da tradição.

No ano de 1980, com o falecimento do senhor Antônio Pereira da Silva, assumiu como Capitão Folião o senhor Francisco Gomes de Sena, que permaneceu até o seu falecimento no dia 28 de maio de 2008. Com a morte do senhor Francisco Gomes o comando da folia passou para o jovem Douglas Sena dos Santos, permanecendo até os dias atuais.


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