05/04/2024 às 11h08min - Atualizada em 05/04/2024 às 11h08min

Empresa suíça admite propina na Petrobras, mas ação está parada

Trafigura se declarou culpada em investigação nos EUA, mas processo no Brasil está suspenso desde 2022

Da Redação
Pleno News

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Edifício sede da Petrobras, no Centro do Rio de Janeiro Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

BRASIL - A multinacional suíça Trafigura se declarou culpada para encerrar uma investigação nos Estados Unidos sobre um esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e terá que pagar mais de 126 milhões de dólares (R$ 636 milhões) no acordo. No Brasil, porém, uma ação em que ex-executivos da companhia são acusados de pagar propina a um ex-dirigente da Petrobras está parada.

O Departamento de Justiça dos EUA informou que a Trafigura se declarou culpada no último dia 28 de março e fechou um acordo para encerrar uma investigação sobre corrupção envolvendo a Petrobras. O processo alega que a multinacional subornou integrantes do governo brasileiro entre os anos de 2003 e 2014 para garantir o fechamento de negócios com a petroleira brasileira.

A acusação sustenta que a empresa suíça teria lucrado cerca de 61 milhões de dólares (R$ 308 milhões) com o esquema. Os envolvidos teriam se reunido em Miami para discutir o suborno. Os pagamentos em questão teriam sido realizados por meio de empresas de fachada.

Em um comunicado publicado no dia em que firmou o acordo, a Trafigura disse que concluiu uma investigação, divulgada pelo Departamento de Justiça, “sobre a conduta de ex-funcionários e/ou agentes no Brasil, que ocorreu há, pelo menos, dez anos” e reconheceu que “essa conduta foi e é inconsistente com os princípios, termos contratuais e Código de Conduta da empresa”.

Já o processo no Brasil nasceu de uma denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), em dezembro de 2018, contra dois ex-executivos da Trafigura, um operador financeiro e um ex-gerente da Petrobras. O MPF apontou pagamento de propina de 1,5 milhão de dólares (R$ 7,58 milhões) em 31 operações de compra e venda de óleo combustível entre a estatal e a empresa.

A ação judicial, aberta no âmbito da Operação Lava Jato, foi suspensa em maio de 2022, quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) enviou para a Justiça Eleitoral um processo que guardava relação com o caso sobre os ex-executivos da multinacional. Desde então, o processo está parado.

Em setembro do ano passado, o ex-executivo da Trafigura Marcio Magalhães pediu à Justiça Federal que fosse “declarada a imprestabilidade de todo o acervo probatório”. Como justificativas da defesa, os advogados citaram as mensagens trocadas entre o ex-juiz federal Sergio Moro e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.

 


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