26/10/2023 às 09h42min - Atualizada em 26/10/2023 às 09h42min

Deputados de esquerda obstruem votação de projeto anti-aborto

Proposta pró-vida é de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ)

Da Redação
Pleno News

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Autora da proposta, deputada Chris Tonietto (PL-RJ) Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados

BRASIL - Deputados governistas atuaram para impedir que a Comissão da Família aprovasse um projeto de lei que, como efeito, barra o aborto legal no Brasil. A proposta, de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), assegura que a “personalidade civil” de um pessoa começa “desde a sua concepção”. Ou seja, se a partir da fecundação já há o reconhecimento civil, não poderia ser admitida a interrupção da gravidez. A votação foi adiada para a próxima terça-feira (31).

Os deputados do PSOL pautaram sucessivos requerimentos de inversão de pauta relativos a outras matérias – entre elas, uma moção de repúdio aos estudantes da Universidade Santo Amaro, que fizeram uma masturbação coletiva, um projeto que susta decretos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e outro que altera os benefícios da Previdência.

O governo contou com o “apoio” do deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) – não integrante da comissão -, que pediu sucessivas questões de ordem e fez intervenções para provocar e responder falas de deputados do PSOL.

– Ele resolveu obstruir – brincou uma parlamentar governista, reservadamente.

A sessão, que se alongou por quase 3h30 foi interrompida no final da tarde em razão da ordem do dia sem que a votação chegasse a ser iniciada.

Ao reconhecer o direito civil de um feto, apontam juristas e deputados da oposição, seria possível impedir os casos em que a legislação brasileira permite o aborto. Hoje, o Código Civil define que os direitos são reconhecidos pelo Estado a partir do “nascimento com vida”. A legislação permite a interrupção da gestação em casos de fetos com má formação do cérebro, quando a gravidez coloca a vida da gestante em risco e em casos de estupro.

Tonietto disse que a proposta é de “suma importância” e visa impedir a “inviabilização” da vida de fetos.

– Nascituro é pessoa, nós sabemos, bebê no ventre materno não pode ser simplesmente inviabilizado como muitos tentam fazer. Ainda mais os promotores da cultura da morte que desejam a flexibilização de tudo aquilo que traz o aborto para o nosso território – afirmou.

– O bebê no ventre materno continua sendo uma pessoa. Então nós precisamos buscar salvar as duas vidas, a dignidade das duas vidas. Não podemos invisibilizar a pessoa do embrião. Nós não podemos aniquilar esses direitos – prosseguiu Tonietto ao longo da discussão.

A autora do projeto explicou que um dos motivos de elaborar a proposta foi minar a ação do PSOL ao Supremo que tenta ampliar os direitos de aborto.

– Esse partido que tem representação no Congresso Nacional parece que não respeita o Parlamento. A gente quer trazer luz onde há trevas – afirmou.

A Suprema Corte analisa a descriminalização do aborto em casos de gestação até 12 semanas. A ministra Rosa Weber, do STF, abriu a votação antes de se aposentar, a favor de descriminalizar. O novo presidente, ministro Luís Roberto Barroso, diz não ter prazo para o tema voltar à pauta de julgamentos.

Caso aprovada, proposta agora irá para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara antes de ir ao plenário. A deputada Erika Kokay (PT-DF) apresentou um pedido para que o projeto vá para a Comissão de Direitos Humanos. Caberá a mesa diretora da Casa avaliar.


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