20/10/2023 às 06h56min - Atualizada em 20/10/2023 às 06h56min

Petrobras reduz preço da gasolina em 4,09% e aumenta o do diesel em 6,58%

Reajustes serão aplicados aos valores cobrados das distribuidoras nas refinarias da estatal a partir deste sábado

Da Redação
Correio Braziliense

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Preços que o consumidor vai pagar nas bombas dependem de fatores como tributos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro - Foto: Ed Alves/CB/DA.Press

BRASIL - Enquanto o conflito no Oriente Médio faz o preço do petróleo disparar no mercado internacional, a Petrobras anunciou, na noite de ontem, que, a partir deste sábado (21/10), haverá reajuste dos combustíveis nas refinarias. Desta vez, a estatal vai reduzir o preço da gasolina em 4,09% e aumentar o do diesel em 6,58%.

Essa é a primeira mudança nos preços praticados pela companhia nos últimos 64 dias — em 16 de agosto, a gasolina subiu 16,18% e o diesel, 25,48%. Analistas alertam para o impacto do reajuste na inflação. Apesar de haver redução na gasolina, os efeitos do diesel mais caro podem provocar um espalhamento da carestia na economia a médio prazo.

De acordo com comunicado da Petrobras, o preço médio do litro da gasolina vendido para as distribuidoras será reduzido em R$ 0,12, para R$ 2,81. Já o preço médio do diesel aumentará em R$ 0,25, alcançando R$ 4,05 por litro. Em nota, a estatal ressaltou que o valor efetivamente cobrado ao consumidor final nos postos "é afetado também por outros fatores como tributos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda".

No comunicado, a Petrobras ressaltou que a variação acumulada no ano dos preços de venda, tanto da gasolina A quanto do diesel A para as distribuidoras, ainda registra redução. No caso da gasolina, a queda acumulada é de R$ 0,27 por litro. No diesel, a redução chega a R$ 0,44.

Na avaliação do presidente da estatal, Jean Paul Prates, a atual estrategia comercial da companhia "tem se mostrado bem-sucedida, no sentido de tornar a Petrobras competitiva no mercado e, ao mesmo tempo, evitar o repasse de volatilidade para o consumidor".

Conforme a nota da petroleira, neste momento, "os fundamentos dos mercados externo e interno, assim como os parâmetros da estratégia comercial da Petrobras, resultaram em movimentos distintos para cada produto". "Para a gasolina, o fim do período sazonal de maior demanda global significa maior disponibilidade e desvalorização do produto frente ao petróleo. Por outro lado, para o diesel, observa-se uma demanda global sustentada, com expectativa de alta sazonal, resultando em valorização do produto frente ao petróleo."

Impactos na inflação

A gasolina é um dos produtos que mais pesam na inflação e, portanto, uma queda no preço final, mesmo que pequena, pode ajudar a conter o aumento do custo de vida para o consumidor. Pelas estimativas de André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), para cada 1% de redução no preço da gasolina, há um impacto de baixa de 0,05 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. "A gasolina pesa 5% no IPCA, portanto a redução é uma boa notícia a curto prazo. O diesel tem impacto pequeno no IPCA, mas um efeito indireto perverso. Ele movimenta o frete e a frota de ônibus urbana, é utilizado nos geradores das termelétricas, pelas máquinas no campo. A longo prazo, tem poder de espalhar mais a inflação na economia , mas isso leva um tempo", explicou.

Defasagem

Na avaliação do consultor André Perfeito, ex-economista-chefe da Necton Investimentos, como os preços no mercado doméstico estavam abaixo dos praticados no exterior, tanto da gasolina quanto do diesel, o reajuste não deverá ter muita repercussão. "A oposição deve falar muito, mas o mercado está tranquilo com a inflação depois desse último IPCA", disse. De acordo com dados do boletim Focus, do Banco Central, a mediana das estimativas do IPCA deste ano passou de 4,86%, na semana passada, para 4,75%, nesta semana.

Até esta quinta-feira (19/10), os preços da gasolina e do diesel no mercado doméstico estavam abaixo dos preços praticados no mercado internacional, ou seja, a defasagem estava negativa em 4,55% e 12,54%, respectivamente, conforme levantamento do economista Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Ele lembrou que o contrato futuro do barril do petróleo tipo Brent, referência dos preços praticados pela Petrobras, subiu 1,78%, fechando a US$ 91,50.


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