25/04/2023 às 20h46min - Atualizada em 25/04/2023 às 20h46min

Presidente do BC diz que taxa de juros baixos na marra podem descontrolar a inflação | Portal Obidense

Ele disse que todos querem taxa de juros mais baixas, mas que isso depende de vários fatores, como a inflação controlada e a confiança nas contas públicas.

Bruno Lourenço.
Da Rádio Senado

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Da Rádio Senado

BRASIL - Senadores como Omar Aziz, do PSD do Amazonas, questionaram o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre a manutenção da taxa referência de juros na economia, a Selic, em 13,75% ao ano.
 

E aí não dá, mesmo sendo presidente do Banco Central, dr. Roberto, o senhor defender os juros. Você tinha que criticar os juros e tentar baixar os juros. Não defender os juros altos. Até porque as medidas que esse Congresso Nacional tomou, e foram muitas pra conter a inflação, foram grandes. Ano passado, em plena campanha, retirando dinheiro de estados e municípios pra reduzir o preço de combustíveis, das telecomunicações.
 

Já Rogério Marinho, do PL do Rio Grande do Norte, lembrou a consequência de tomar decisões técnicas, como a do Comitê de Política Monetária, sem o devido respaldo da economia real.
 

Eu convido os senhores a refletir sobre o que aconteceu recentemente no nosso país quando essa premissa foi deixada de lado. Entre 2011 e 2013, nós tivemos quase dois anos de congelamento da taxa mesmo com a inflação saindo da meta. Em 2012, houve uma intervenção no mercado de energia com antecipação de tarifas, nós tivemos uma política de subsídio ao combustível e isso significou que a Petrobras passou a ser a empresa mais endividada do mundo. A consequência, presidente, é que entre 2015 e 2016, nós temos a maior recessão da história desde mil novecentos e quarenta e oito.
 

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, explicou que o banco tem autonomia operacional para perseguir a meta de inflação fixada pelo governo, por meio do Conselho Monetário Nacional. E que se o Copom tivesse trilhado outro caminho, como o da Argentina, os juros estariam maiores. E alertou que o mais pobre pagaria a conta.
 

E a gente vê aqui o caso da Argentina, que é um caso onde a inflação saiu de controle, e quem sente mais com a inflação é quem é o mais pobre, porque ele não tem a renda protegida, ele não tem indexação, ele tem um reajuste de salário nominal que não acompanha. A gente vê, por exemplo, o caso da Argentina, onde, quando a inflação subiu, a pobreza extrema subiu muito. Então, o combate à inflação é o melhor instrumento social que existe hoje, e tem vários estudos que mostram isso. No caso da Argentina, a pobreza aumentou 53% e hoje alcança quase 40% da população.
 

E a gente vê aqui o caso da Argentina, que é um caso onde a inflação saiu de controle, e quem sente mais com a inflação é quem é o mais pobre, porque ele não tem a renda protegida, ele não tem indexação, ele tem um reajuste de salário nominal que não acompanha. A gente vê, por exemplo, o caso da Argentina, onde, quando a inflação subiu, a pobreza extrema subiu muito. Então, o combate à inflação é o melhor instrumento social que existe hoje, e tem vários estudos que mostram isso. No caso da Argentina, a pobreza aumentou 53% e hoje alcança quase 40% da população.
 

Roberto Campos Neto disse ainda que juros têm a ver com expectativas, e que muitas vezes na história eles abaixaram e a oferta de crédito não acompanhou a queda. Afirmou que a inadimplência e o custo de recuperação de empréstimos no Brasil ainda são muito altos, o que dificulta o crédito mais barato na ponta. O presidente do BC também é aguardado para sessão temática sobre juros, inflação e crescimento econômico, na manhã de quinta-feira, no Plenário do Senado, com a participação dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.

 


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