AMAZÔNIA - De iniciativa do senador Plinio Valério, do PSDB do Amazonas, a CPI das ONGs vai investigar a liberação de dinheiro público e doações vindas do exterior para organizações não-governamentais- ONGs- e para organizações da sociedade civil de interesse público – OSCIPs. O primeiro pedido foi apresentado há quatro anos e agora protocolado com novas assinaturas. A Comissão também vai apurar como foram gastos esses recursos no período de 2002 até janeiro deste ano. Plinio Valério explicou que a CPI ainda vai analisar denúncias de que o dinheiro não chega às comunidades ou aos projetos de preservação na região por ser usado para bancar as próprias ONGs. Também estão na mira dos senadores a atuação de fachada de algumas organizações que estariam contrariando os interesses nacionais, a intromissão dessas entidades em funções institucionais do poder público e a compra de terra pelas ONGs. Plinio Valério negou que a CPI seja uma caça às bruxas às organizações que trabalham de maneira efetiva.
Não vamos demonizar nenhuma ONG. Não é esse o objetivo. Existem ONGs sérias, essas serão preservadas. Vamos investigar aquelas que são denunciadas, que pegam dinheiro lá fora e pegam dinheiro aqui dentro, não prestam conta e gastam entre si 85% do que é arrecadam e prestam um grande desserviço ao país, principalmente à Amazonia. São essas as ONGs que serão investigadas. Portanto, aqueles que temem a investigação das ONGs fiquem tranquilos, não vamos demonizar ninguém, mas vamos investigar fundo e abrir essa caixa preta.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, não considera necessária a instalação da CPI das ONGs no momento em que o Legislativo deverá se dedicar às pautas relevantes, como as novas regras que vão limitar o crescimento das despesas públicas.
A posição do governo era contrária a ela. Instalada a CPI, o governo estará presente.
A CPI das ONGs contará com a participação de 11 titulares e 7 suplentes a serem indicados pelos líderes partidários e que terão o prazo de 130 dias para concluírem as investigações.