04/04/2023 às 18h43min - Atualizada em 04/04/2023 às 18h43min

‘Fora, dólar’: o que está por trás do acordo Brasil-China | Portal Obidense

Uma das intenções do Partido Comunista é reduzir a dependência da moeda dos EUA

Da Redação
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BRASIL - O acordo firmado entre Brasil e China pretende deixar a moeda dos Estados Unidos de fora das negociações entre os países. Ambos vão realizar transações comerciais sem que o dólar tenha de ser usado pelas empresas. O anúncio aconteceu na semana passada, durante o Simpósio de Negócios, realizado em Pequim.
 

Reduzir a dependência do dólar e aumentar a circulação do iuane é uma das linhas de atuação da política externa e financeira do Partido Comunista da China (PCC). Recentemente, o governo de Xi Jinping firmou acordos com Arábia Saudita e Rússia, para o uso do iuane no comércio, aumentando as disputas comerciais e geopolíticas com os EUA.
 

No Brasil, o PCC escolheu o banco chinês ICBC para operar o negócio. Na prática, o empresário no Brasil receberá em iuane e fará nesse banco a troca pelo real.
 

O Ministério da Fazenda do Brasil afirmou que o acordo vai dar maior previsibilidade às taxas de câmbio, com a redução de custos nessas transações. Contudo, o empresário não será obrigado a realizar os pagamentos dessa maneira.
 

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. No ano passado, o volume de transações entre os dois países bateu recorde e chegou a US$ 150 bilhões. O Brasil exportou US$ 90 bilhões e importou US$ 60 bilhões dos chineses.
 

Segundo a Fundação Getulio Vargas, trocar o dólar pela negociação na moeda local não faz sentido, pois os produtos são precificados mundialmente com base na moeda norte-americana. A opção faria mais sentido se houvesse um problema de balanço de pagamentos, como a falta de dólar nos dois países.
 

No caso do real, a moeda conta com muita flutuação, e isso pode resultar em um cenário de volatilidade. Já a moeda chinesa não flutua, mas é altamente controlada pelo PCC, e qualquer decisão pode alterar o valor do iuane.
 

Para as empresas brasileiras, o acordo pode ser interessante se envolver o acesso a linhas de financiamento para exportação, em bancos chineses, com taxas de juros mais baixas. Já para os exportadores do agronegócio, o uso do dólar continua vantajoso, pois, além de receberem na moeda norte-americana e terem despesas em real, reduz o chamado custo Brasil.

 


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