17/03/2023 às 09h39min - Atualizada em 17/03/2023 às 09h39min

Governo do Pará entrega 10 toneladas de alimentos a indígenas da etnia Parakanã

Habitantes de um Território situado no município de Novo Repartimento, os Parakanã foram beneficiados por uma ação conjunta de órgãos estaduais e do Ministério dos Povos Indígenas

Da Redação
Inf. Agencia Pará

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PARÁ - Dez toneladas de alimentos foram entregues a indígenas da etnia Parakanã na quinta-feira (16), durante ação humanitária promovida pelo Governo do Pará no território indígena, localizado no município de Novo Repartimento, na região Sudeste. Mais de 2 mil indígenas, que vivem em 28 comunidades, foram beneficiados com os alimentos. A iniciativa estadual, em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas, visa mapear a situação dos povos originários do Pará, para que políticas públicas garantam seus direitos constitucionais.

"É uma força-tarefa que se junta. Há uma necessidade de atender a esse povo, sobretudo por causa da luta pela terra. Há uma necessidade de manter esse diálogo, até para entendermos as demandas, como a saúde, a falta de internet, a educação. É um cenário novo, com governos que enxergam os povos originários com um olhar mais humanitário. É um povo de recente contato, e que está em isolamento voluntário. Estamos aqui no intuito de levar a segurança alimentar ao povo Parakanã. É uma ação pensada envolvendo vários parceiros, como a Ouvidoria-Geral do Estado do Pará, Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Ministério Nacional dos Povos Indígenas, Distrito Sanitário Especial Indígena (Guamá-Tocantins) e Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas)", destacou Puyr Tembé, que assumirá a Secretaria de Estado dos Povos Originários, por iniciativa do governador Helder Barbalho.

De acordo com a Funai, a reserva que abriga as comunidades Parakanã é uma das mais preservadas do Brasil. Riquezas minerais, territórios e madeira nobre existentes na região despertam a cobiça de criminosos, colocando em risco a segurança de quem vive na terra.
Na aldeia Paranatinga, uma das mais populosas, 160 indígenas vivem em situação de semi-isolamento. A alimentação vem da pesca, caça e agricultura de subsistência. Com o afastamento da área urbana, produtos da alimentação básica faltam à mesa, e itens de higiene pessoal se tornam raridade para famílias que ocupam moradias com paredes de madeira, cobertas com folhas secas.




Força para o povo - O acesso ao à aldeia é pela Rodovia BR-230 (Transamazônica), e depois por uma estrada de chão batido, em meio à mata densa e obstáculos naturais. Expressando-se com palavras em português e da língua falada pelos Parakanã, o cacique Warera Parakanã disse que "gostamos muito de terem vindo pra cá, pois traz força para o povo. Trouxeram cestas básicas. Ficamos muito alegres. Nós moramos aqui desde 1980. Mudamos pra cá por causa de barragens".

O caminhão da Defesa Civil Estadual, vinculada ao Corpo de Bombeiros Militar, chegou à aldeia no início da manhã com os mantimentos, juntamente com os representantes da futura Secretaria Estadual dos Povos Originários, Ouvidoria-Geral do Pará, Seduc, Ministério dos Povos Indígenas, Distrito Sanitário Especial Indígena e Funai.

"Mais uma vez o Governo do Estado do Pará está presente neste território, trazendo mais do que a segurança alimentar; trazendo a parceria do Governo Federal. Com sensibilidade, através da criação do Ministério dos Povos Indígenas, da criação estadual da Secretaria dos Povos Originários, vamos buscar e fazer essa articulação com os demais órgãos, trazendo melhorias necessárias, desde segurança, alimentação, educação, democratização do acesso à internet e os meios digitais de comunicação. Acredito que essas ferramentas sejam cruciais para o avanço, preservando a sua cultura", destacou o ouvidor-geral do Estado, Arthur Houat.

O coordenador de Ações Indígenas do Programa Parakanã, Erick de Belém Oliveira, explicou que cada aldeia tem suas peculiaridades, baseadas na sua estrutura e no modo de vida de seus membros. Segundo ele, a alimentação é primordial para a integridade física, pois "com a entrega dessas cestas evita-se que os parentes saiam de suas aldeias e fiquem transitando às margens da BR, correndo risco de vida. É um momento de diálogo. São várias áreas que precisamos de ajustes. Há casos de indígenas que estão precisando sair de suas aldeias e migrar para a cidade em busca de determinadas demandas. Esse diálogo não existia com o governo federal anterior, é isso foi um retrocesso. Precisamos ter o respeito à cultura e aos costumes".

Diálogo - O governador Helder Barbalho anunciou, em janeiro deste ano, a criação da Secretaria Estadual dos Povos Originários do Pará com a missão de dar assistência aos indígenas do território paraense. A expectativa é que o órgão estadual dialogue constantemente com o Ministério.

Representando a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, Kerexu Eunice, secretária de Direitos Ambientais e Territoriais Indígenas do Ministério dos Povos Indígenas, disse que "estamos coletando informações, e vamos levar essas ações ao Ministério, pois temos programas que podem beneficiar esse povo de uma forma sustentável. Essa é uma ação de extrema importância. É muito importante ter essa retomada de diálogo no Brasil. Tivemos uma tentativa de extermínio dos povos indígenas. Agora, é hora de se fortalecer".


 


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