18/02/2023 às 10h15min - Atualizada em 18/02/2023 às 10h15min

Uma revolução verde na Amazônia: do plantio da semete da palma de óleo ao magawatt de origem 100% renovavel | Portal Obidense

Com uma estratégia focada no agronegócio sustentável, a BBF transforma desafios em oportunidades na Região Norte do Brasil

Da Redação
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AMAZÔNIA - Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), existem 212 municípios brasileiros dependentes de Sistemas Isolados para ter energia elétrica. No país, cerca de 760 mil habitantes estão nesses lugares que, geralmente, ficam em regiões de difícil acesso e são abastecidos por eletricidade gerada a partir do uso de combustíveis fósseis, altamente poluentes, que alimentam pequenas usinas termelétricas em localidades isoladas. A Brasil BioFuels (BBF) está transformando as dificuldades para suprir a demanda energética nessas localidades em oportunidades, com uma corrente sustentável de produção que gera empregos, renda e desenvolvimento socioeconômico.
 

“Acreditamos em usar tecnologia para criar alternativas que utilizem recursos disponíveis na Amazônia, produzindo biocombustíveis e eliminando o diesel fóssil da região”, explica Milton Steagall, CEO da BBF.
 

O trabalho tem início na agricultura sustentável da palma de óleo, que recupera áreas degradadas da Amazônia e se estende até a geração de energia elétrica renovável, em uma cadeia produtiva integrada e 100% renovável e sustentável. A empresa criou três frentes para gerenciar suas atividades.
 

Tudo começa nos viveiros com o cultivo das sementes de palma de óleo. Essa planta, de origem africana, produz frutos de forma perene em sua fase adulta. A partir do seu fruto, é extraído o óleo de palma, utilizado para a produção do biodiesel desenvolvido pela BBF para abastecer as usinas termelétricas que a BBF possui na região Norte.
 

Solução virtuosa

Com um modelo de negócio verticalizado, a empresa prova que é possível combinar agronegócio sustentável, produção de biocombustíveis e geração de energia elétrica limpa com desenvolvimento social e a preservação ambiental.
 

As soluções criadas pela BBF retiram mais de 106 milhões de litros de diesel fóssil anualmente da Amazônia, que antes eram utilizados para geração de energia e que foram substituídos por biodiesel produzido a partir do óleo de palma. Além disso, o trabalho da companhia ajuda, por exemplo, Roraima, único Estado ainda sem conexão com o Sistema Nacional Interligado, a não precisar da eletricidade importada da Venezuela. E as atividades do grupo se espalham por mais quatro Estados da Região Norte. São eles: Acre, Amazonas, Rondônia e Pará.
 

Atualmente, mais de 140 mil moradores de localidades isoladas da região Norte são abastecidos por uma energia limpa e estável gerada pela BBF. Essa operação faz com que famílias possam manter suas geladeiras conservando alimentos, os chuveiros com água quente e os computadores ligados para se conectar ao resto do mundo. A BBF possui 25 usinas em operação e outras 13 estão em processo de implantação, somando 38 unidades. Com a estrutura já montada, a companhia é capaz de gerar 86,8 MW de energia.
 

Uma das comunidades atendidas é Belém dos Solimões, localizada no Vale do Javari, no Estado do Amazonas. O pastor Davi Félix Cecílio, morador local, comemorou o fim da falta de energia com a chegada da companhia. “Agora a minha comunidade melhorou bastante”, declarou. “Antes, tinha queda de energia. Hoje, o fornecimento está um show de bola, nota dez.”
 

Em Atalaia do Norte (AM), Raimundo da Costa, operador da usina termelétrica de Estirão do Equador, também localizada no Vale do Javari, contou que antes da BBF assumir a gestão do local, os racionamentos faziam parte da rotina. Por esse motivo, os moradores passavam horas sem energia elétrica.
 

“É muito bom trabalhar na BBF”, disse Costa. “Antes, tinha racionamento de energia de seis a oito horas por falta de combustível. O diesel não chegava na data certa.”
 

Confira como a BBF gera energia elétrica limpa na webserie “BBF & Comunidades Amazônicas”, disponível nos links abaixo:
 

A origem da produção 

Por volta de 70 mil hectares de terras em área degradadas da Amazônia estão cultivados com palmas de óleo nesta cadeia sustentável da BBF, nos Estados de Roraima e do Pará. As mudas que deram origem a essas plantações foram desenvolvidas em viveiros da própria companhia. Entre as sementes germinadas e a extração dos primeiros litros de óleo de palma, são necessários de três a quatro anos de trabalho e dedicação, até que a palma de óleo atinja sua fase adulta e gere os primeiros cachos de frutos.
 

Diferentemente do que ocorre em outras culturas, o cultivo dessa planta demanda o emprego de muita mão de obra. Para conseguir os resultados corretos, com respeito ao meio ambiente, não é possível fazer o uso intenso de máquinas agrícolas ou aviões de pulverização para manejar a lavoura.
 

A área destinada ao plantio é bastante específica para impedir a derrubada de árvores e o desmatamento da floresta Amazônica. Estabelecido através do Decreto 7.172 de 2010, o Zoneamento Agroecológico da Palma de Óleo contou com robusto estudo conduzido pela EMBRAPA e limitou essa atividade na Amazônia. As áreas estão delimitadas em imagens de satélite, georreferenciadas, em terras que foram degradadas até dezembro de 2007 – ou seja: antes mesmo da empresa ser fundada em 2008.
 

Essa legislação faz com que o cultivo recupere áreas degradadas da Amazônia, gere empregos e renda para comunidades isoladas. Assim, a agricultura feita pela BBF promove a recomposição da cobertura vegetal, mitigando problemas ambientais e desenvolve regiões carentes, promovendo postos de trabalhos e benfeitorias às comunidades onde atua.
 

Colaboradores qualificados pela BBF em todas as fases da produção agrícola fazem o manejo. As atividades seguem à risca as legislações florestais e do trabalho. Os trabalhadores são treinados para atuar de forma segura, com respeito à vida e ao meio ambiente.
 

O processo agroindustrial da BBF

Em São João da Baliza (RR), fica a sede da companhia. A BBF possui uma usina termelétrica híbrida no município, que gera 17,9MW de energia elétrica renovável para o Estado de Roraima. A operação local da empresa tem todos os processos das diferentes fases da produção verticalizada.
 

Uma vez colhidos na lavoura, os frutos da palma de óleo são levados para o processamento. Essa fase industrial começa com o esmagamento dos frutos que dão origem ao óleo vegetal, utilizado para alimentar os motores da usina termelétrica híbrida.
 

A sequência, entretanto, deixa como subproduto uma biomassa. Em vez de desperdiçá-la, a companhia faz um processo similar ao realizado com bagaço das usinas que moem cana-de-açúcar. O resultado é mais energia elétrica limpa ainda.
 

“Na usina termelétrica de São João da Baliza, temos o ciclo completo de nossa operação: plantamos, colhemos, esmagamos o fruto, produzimos biocombustíveis, geramos energia elétrica e transformamos a biomassa resultante em energia, eliminando de forma adequada e produtiva parte dos resíduos da nossa operação”, explica Steagall. “É um modelo completamente sustentável.”
 

Um futuro para desbravar

Recentemente, a BBF captou R$ 133,4 milhões em debêntures – títulos de empréstimos – na B3 para a finalização de termelétricas em Roraima. Contudo, as operações do grupo para a geração de energia renovável que abastecem os Sistemas Isolados são apenas a mola propulsora de um projeto ainda mais ambicioso, com potencial para alavancar a Região Norte do Brasil com alcance global.
 

No país, a área delimitada pelo Zoneamento Agroecológico da Palma equivale a um “pré-sal verde”, como define o CEO da BBF. Consciente desse imenso potencial, o grupo fechou uma parceria com a Vibra Energia – antiga BR Distribuidora. O contrato foca no suprimento do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e do novo Diesel Verde (HVO), inéditos no Brasil.
 

A produção e a distribuição do SAF miram fornecer o inédito biocombustível para a Gol, Azul, Latam e outras empresas aéreas interessadas na descarbonização das operações. E o HVO é um biocombustível de origem 100% renovável quimicamente semelhante ao diesel fóssil. Por essa característica, pode ser usado na frota em circulação sem a necessidade de adaptar os motores à diesel fóssil.
 

O projeto envolve a construção da primeira biorrefinaria do país, na Zona Franca de Manaus (AM). Os investimentos programados para implantação chegam a R$ 2,2 bilhões. A produção manauara está marcada para começar no final de 2025. Com a empreitada, a BBF terá mais um boom de volume de fabricação e de abertura de empregos.
 

Somadas, a produção futura de SAF e HVO é estimada em 500 milhões de litros por ano. Para dar conta da demanda por matérias-primas, serão plantados mais 120 mil hectares de palma de óleo no Estado de Roraima.
 

Até 2026, a mão de obra diretamente empregada pelo grupo saltará das atuais 7 mil vagas preenchidas para quase 20 mil trabalhadores diretos, e os postos indiretos podem chegar a 100 mil.
 

Além disso, a BBF também mira nas outras aplicações do óleo de palma para diversas indústrias. Steagall planeja expandir o mix do grupo para o fornecimento de matérias-primas renováveis para indústrias de setores ligados a beleza e higiene pessoal, para substituição de produtos com origem petroquímica utilizados amplamente por diversas indústrias.
 

“Através da oleoquímica, é possível inserir nossos insumos renováveis dentro da linha de cosméticos como shampoos, cremes hidratantes e protetores solares”, explicou.
 

“Através da oleoquímica, é possível inserir nossos insumos renováveis dentro da linha de cosméticos como shampoos, cremes hidratantes e protetores solares”, explicou.

 

 


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