Imagem da internetBRASIL - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve de lidar com uma situação inusitada nesta quarta-feira, 15, num evento do BTG Pactual. Enquanto acompanhava uma das palestras, o petista ouviu do sócio-fundador da gestora de fundos SPX Capital, Rogério Xavier, que a inflação no país segue alta porque ninguém acredita no plano fiscal apresentado pelo governo.
De acordo com Xavier, os especialistas não têm coragem de dizer ao ministro que seu plano não trará credibilidade na política fiscal do país. Haddad ouviu as críticas de perto, visto que estava sentado nas primeiras fileiras do auditório.
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Xavier criticou também a suposta resistência do Banco Central em alterar a meta da inflação. Conforme o executivo, os atuais 3% são impossíveis de ser alcançados. “A meta de inflação está errada”, observou. “Por que é um dogma tão grande corrigir? Por que os economistas são tão reticentes em reparar um erro? A gente colocou uma meta de inflação que não vai se materializar.”
O executivo lembrou que, desde 1999, o Brasil conseguiu atingir a inflação de 3% ao ano apenas uma vez (2004). Portanto, segundo Xavier, não haveria motivos para buscar esse número. Além disso, é preciso considerar a alta generalizada de preços em todo o mundo e os efeitos colaterais da pandemia de covid-19 e da guerra no Leste Europeu.
A meta de inflação estabelecida há dois anos deve ser revista, de acordo com Xavier, porque há custos financeiros, sociais e políticos de manter os juros altos. “O custo de trazer para baixo é muito grande para uma meta irreal”, afirmou. “Não faz sentido perseguir uma meta de 3% e trabalhar com um juro real dessa magnitude. É loucura.”
