31/10/2022 às 09h17min - Atualizada em 31/10/2022 às 09h17min

Lula é eleito presidente da república pela terceira vez | Portal Obidense

Esta foi a menor diferença para o segundo colocado nas eleições presidenciais

Antonio Vital
Rádio Câmara, de Brasília

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Imagem da Internet
BRASIL - Com pouco mais de 2 milhões de votos a mais que o presidente Jair Bolsonaro, a menor diferença entre o primeiro e o segundo colocados desde a redemocratização do país, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República pela terceira vez, feito inédito na história do Brasil.
 
Aos 77 anos, três anos após deixar a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde ficou preso mais de um ano e meio, acusado de corrupção em processos depois anulados pela Justiça, Lula pregou a união nacional e pediu a ajuda de todos os segmentos da sociedade.

 
"Convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente de que candidato votou nesta eleição, mais do que nunca, vamos juntos pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une que para nossas diferenças. Sei da magnitude da missão que a história me reservou e sei que não poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos os partidos políticos, trabalhadores, empresários, parlamentares, governadores, prefeitos, gente de todas as religiões, brasileiros e brasileiras que sonham com um Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno."
 
Lula foi eleito depois de formar amplo leque de alianças com movimentos políticos de centro e representantes de setores não identificados com a esquerda. No discurso de vitória, em São Paulo, agradeceu o apoio da senadora Simone Tebet, do MDB, com quem disputou o primeiro turno, e de Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente que havia rompido com o PT.
 
E o meio ambiente foi uma das prioridades mencionadas pelo presidente eleito. Lula anunciou que vai lutar pelo desmatamento zero da Amazônia.
 
"O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a floresta amazônica. Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que provocam o aquecimento global. Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia" (APLAUSOS)
 
No primeiro discurso após a vitória, Lula anunciou ainda outras metas do futuro governo. Entre elas, a retomada de uma política externa ativa, condizente com a importância do Brasil no cenário internacional. Também falou contra as armas nas mãos da população e anunciou a volta do conselho que nos dois primeiros mandatos dele reuniam empresários e trabalhadores para negociar pautas econômicas.
 
A vitória nas eleições, com 50,9% dos votos válidos, contra 49,1% do presidente Jair Bolsonaro, foi obtida depois de uma campanha eleitoral tensa, com denúncias de parte a parte. Neste domingo, o PT acusou a Polícia Rodoviária Federal de promover operações de fiscalização para dificultar o transporte de eleitores em todo o país, principalmente em estados do Nordeste, onde Lula chegou a obter mais de 70% dos votos.
 
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, disse que o caso está sendo investigado, mas minimizou o impacto das operações nas eleições. Segundo ele, ninguém deixou de votar por causa disso e a abstenção no segundo turno foi menor que no primeiro.
 
"Além do maior número de votos em candidatos da história, nós tivemos uma diminuição da abstenção do segundo turno em relação ao primeiro. Em todas as eleições anteriores, houve sempre um aumento, é uma tradição natural, um aumento de abstenção do primeiro para o segundo turno. "
 
Analistas políticos preveem um terceiro mandato de Lula com acenos a vários setores da sociedade e diálogo para obter maioria e apoio no Congresso. Foi o que disse o cientista político Antônio Augusto de Queiroz, em entrevista à TV Câmara.
 
"O Lula tem uma facilidade de diálogo reconhecida por todos. É conhecido claramente como um democrata. Ele só ganhou esta eleição porque, em três pontos, as pessoas reconhecem o seu valor: não nega a ciência, é um democrata e defende a justiça social. Então ele vai ter a capacidade de diálogo para pacificar o país nas três frentes principais: na sociedade, no Parlamento e no mercado."
 
Para Rafael Silveira, consultor legislativo da Câmara dos Deputados, uma das primeiras atitudes do presidente eleito deverá ser tranquilizar o mercado e os agentes econômicos a respeito de seu programa.
 
"Imediatamente ele vai ter que juntar os seus colaboradores e já montar, com uma certa rapidez, para mostrar: mercado, estou aqui alinhado, não com o mercado, mas alinhado com inciativas de consistência fiscal, não vou fazer as coisas fora das regras, vamos rediscutir talvez teto de gastos, mas em termos muito mais negociados e não contundentes."
 
O presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou após a proclamação da vitória de Lula. Ele é o primeiro ocupante do Palácio do Planalto que não conseguiu novo mandato depois da emenda constitucional que permitiu a reeleição, a partir de 1998.
 


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