17/02/2024 às 18h20min - Atualizada em 17/02/2024 às 18h20min

O que se sabe sobre a fuga de dois detentos do presídio de Mossoró

Criminosos encontraram série de facilidades que tornaram possível a saída da unidade

Da Redação
Pleno News

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Presídio Federal de Mossoró Foto: Reprodução/Print de vídeo YouTube SPF Brasil


MOSSORÓ - Os criminosos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró na quarta-feira (14), encontraram uma série de facilidades que tornaram possível a saída do presídio no Rio Grande do Norte. De acordo com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, parte das câmeras não estava funcionando adequadamente e algumas luzes estavam apagadas no momento da fuga.

Lewandowski narrou parte da dinâmica da fuga. Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento fugiram do presídio após escalar uma luminária, chegarem ao teto e acessarem o setor onde é feita a manutenção do presídio.

Os criminosos pegaram ferramentas que estavam sendo utilizadas em uma obra de manutenção no presídio. Como o local reformado estava protegido apenas por um tapume de metal, os criminosos encontraram uma brecha na proteção, saíram e cortaram o alambrado de proteção com um alicate recolhido na obra.

– A fuga ocorreu em uma terça-feira para Quarta-feira de cinzas, onde, eventualmente, as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer nesse momento – afirmou o ministro Ricardo Lewandowski.

Segundo o ministro, o presídio tinha diversas falhas em sua construção, o que também tornou a fuga mais fácil.

– Outro fator é que o presídio estava passando por uma reforma interna, havia operários dentro da unidade, ferramentas que não estavam devidamente acondicionadas e trancadas. Possivelmente, estavam espalhadas ao alcance das pessoas que realizaram a fuga. Havia defeitos na construção do presídio. Houve uma fuga pela luminária da cela e, ao invés de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava protegida e fechada com um simples trabalho comum de alvenaria – explicou.

De acordo com Lewandowski, há 300 agentes atuando na busca pelos detentos. Os policiais trabalham com a hipótese de que os foragidos estejam num perímetro de 15 quilômetros ao redor da penitenciária. Câmeras externas não registraram a chegada de veículos para resgatar os prisioneiros e também não foram identificados furtos ou roubos de veículos na região, o que reforça a hipótese de que Mendonça e Nascimento fugiram a pé.

O ministro relatou que nas proximidades da penitenciária uma casa foi invadida e houve furto de roupas e comidas. O que, segundo ele, indica que o ato pode estar relacionado a uma tentativa de sobrevivência dos foragidos.

– É um conjunto de circunstâncias que favoreceu a fuga desses dois detentos. É por isso que não imaginamos que tenha sido algo orquestrado de fora, arquitetado com muito dinheiro, custo, com veículos aguardando, com helicóptero. Foi uma fuga que custou muito barato – afirmou Lewandowski.

Essa é a primeira vez na história que presos conseguem escapar de um presídio federal. O ministro afastou a direção da penitenciária e escolheu um interventor para comandar a unidade

Mais cedo, durante coletiva de imprensa em Mossoró, o secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, admitiu falhas na implementação dos protocolos de segurança.

– Não há chance de acontecer um evento dessa natureza quando os protocolos são seguidos rigorosamente – disse Garcia.

Segundo apuração preliminar, os foragidos seriam ligados ao Comando Vermelho. No mesmo presídio em Mossoró está preso o líder da facção criminosa, Fernandinho Beira-mar. Segundo o secretário, no entanto, a princípio não há relação de Beira-mar com a fuga.

 


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