15/09/2023 às 10h34min - Atualizada em 15/09/2023 às 10h34min

Milei acusa Papa Francisco de afinidade com comunistas assassinos

Candidato deu declaração durante entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson; uma missa foi rezada em Buenos Aires em desagravo ao Pontífice

Da Redação
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Foto: Reprodução/Jovem Pan

INTERNACIONAL - Candidato à presidência da Argentina e favorito nas pesquisas, o ultraliberal Javier Milei acusou nesta quinta-feira 14, o Papa Francisco de ter afinidade com “comunistas assassinos” e de estar ao lado de “ditaduras sangrentas”. “O papa faz política. Ele tem uma forte influência política. Ele também mostrou grande afinidade com ditadores como Castro e Maduro. Em outras palavras, ele está do lado de ditaduras sangrentas”, disse Milei em entrevista para o famoso e polêmico apresentador americano Tucker Carlson, que é uma das figuras mais influentes da ultradireita americana e, durante anos, ecoou diversas teorias da conspiração em seu programa “Fox News Tonight”. Em espanhol, Milei reiterou que o pontífice não condena “os comunistas assassinos”.

 “Ele é bastante condescendente com eles e também é condescendente com a ditadura venezuelana, com todos os da esquerda, mesmo que sejam verdadeiros criminosos, o que é um problema”, disse. “Ele é alguém que considera a justiça social um elemento central de sua visão, e isso é muito complicado, porque justiça social é roubar o fruto do trabalho de uma pessoa e dá-lo a outra”, acrescentou. As críticas de Milei a Jorge Mario Bergoglio já levaram um grupo de padres de bairros periféricos de Buenos Aires a realizar neste mês uma missa em desagravo ao Papa. Na ocasião, o candidato havia descrito Francisco como o “representante do maligno na Terra, ocupando o trono da casa de Deus”.

A entrevista a Carlson foi concedida na capital Buenos Aires, e o candidato argentino disse que estava convicto do que estava fazendo: “A vida sem liberdade não vale a pena ser vivida”. Milei atribuiu sua popularidade ao fato de ter sido jogador de futebol, roqueiro e economista. Uma combinação, na opinião dele, “atraente em termos de produto para a televisão” e que se somou ao fato de que a Argentina “é basicamente um país que vem adotando ideias socialistas há 100 anos, e a rebelião natural do sistema foi ser liberal”.

O candidato criticou o dogma de que “onde há uma necessidade nasce um direito”, “porque as necessidades são infinitas e os direitos têm de ser pagos por alguém e os recursos são finitos”, ressaltando que “toda ação estatal gera mais danos do que aqueles que pretende corrigir”. Carlson considerou que a Argentina é agora um país “desesperado” e disse que entrevistou Milei para ver se todas as críticas recebidas pelo candidato no Ocidente, são verdadeiras. “Ele não parecia muito radical, mas julguem por si mesmos”, alegou o apresentador. No programa de 33 minutos, o político ultraliberal revelou sua ideologia e falou sobre Donald Trump, que quer voltar à Casa Branca nas eleições de 2024. “Deixe-o continuar sua luta contra o socialismo, porque ele é um dos poucos que entendeu completamente que a luta é contra o socialismo, que a geração de riqueza vem do setor privado. O Estado não cria riqueza, ele a destrói”, enfatizou.

Nas primárias de agosto, que definiram os candidatos para a eleição presidencial de outubro, Milei foi o mais votado entre todos os candidatos. O partido dele, A Liberdade Avança, recebeu 30,17% dos votos, seguido pela principal coalizão de oposição, Juntos pela Mudança (centro-direita), com 28,25%, e a União Pela Pátria (peronista), com 27,15%. “Sei que há muitas pessoas rezando por mim. Sinto-me bem”, disse Milei nesta quinta-feira, além de opinar que o socialismo “é sempre e em toda parte um fenômeno violento, assassino e empobrecedor”.


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