07/09/2023 às 10h51min - Atualizada em 07/09/2023 às 10h51min

E se em vez de Lula fosse Bolsonaro quem dissesse que votos de ministros do STF precisariam ser secretos?

O problema está na balança: são pesos diferentes para a medida de cada um; para os amigos tudo, para os inimigos o rigor da lei

Da Redação
Jovem Pan

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Foto:Jovem Pan

BRASIL - Dá para imaginar se em vez de Lula fosse Bolsonaro a dizer que os votos dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) precisariam ser secretos? E se saísse da boca do ex-presidente a brilhante ideia de regular a mídia? No mínimo seria visto como autoritário e inimigo da democracia. E se o ex-presidente levasse consigo no final do governo 11 contêineres com objetos a que só teria direito de uso durante o mandato? Nem dá para dizer sem provas robustas que tenha sido um malfeito. Não, seria leviandade. Mas, se fizeram e estão fazendo esse auê todo por causa de um relógio, na outra hipótese o mundo viria abaixo. Imagine se tivesse saído da caneta BIC de Bolsonaro a brilhante ideia de aumentar para 38 ou mais o número de ministérios, apenas para ajeitar os políticos ávidos por uma boquinha. Perdulário e inconsequente seriam os adjetivos mais suaves.

Ninguém pode sair pelo mundo defendendo Bolsonaro de todas as críticas que lhe são feitas antes que os fatos sejam esclarecidos, da mesma forma como Lula também não pode ser execrado por todas as suas falas e atitudes. O problema está na balança. São pesos diferentes para a medida de cada um. Para os amigos tudo, para os inimigos o rigor da lei. E lei aqui pode ser interpretada como a “opinião publicada”, que, como sabemos, nem sempre corresponde à “opinião pública”. Já tentaram segurar Lula para que ele não continuasse a dizer o que tem dito. Escreveram discursos sensatos e caprichados. Pensados com várias e equilibradas cabeças. Assim, lendo o que foi elaborado com olhos diplomáticos, não teria como meter os pés pelas mãos. Deu certo. Só que para segurar a “jararaca” indomável não é fácil. É só dar uma bobeada que ele não resiste ao bom e velho microfone.

Fala o que não deve e imediatamente surgem “advogados” por todas as frestas tentando explicar o que nem sempre pode ser explicado. Sem problema, pois passa um tempinho, tempinho mesmo, e ninguém mais fala sobre o assunto. Diferente de seu antecessor que sofre de constantes exumações. A aplicação prática do conhecido dístico: “inimigo bom é inimigo morto”. Mas, como vimos, os governistas não acreditam que ele tenha morrido, pois, para ter certeza, vivem a ressuscitá-lo. Nada é para sempre. Até os defensores mais ferrenhos do presidente, em determinado momento irão se cansar. Agora mesmo, depois de defender o sigilo do voto dos ministros, alguns já se rebelaram. Disseram que sua sugestão é inadequada, que fere os princípios da publicização, entre outras críticas.

Dificilmente, entretanto, correrá o risco de se transformar num saco de pancadas. Longe disso. Por mais inapropriados que sejam seus comentários, sempre terá um aliado reverenciador para defendê-lo. Mas tudo tem limite. Escorrega aqui, desliza ali, e vai acumulando discursos vulneráveis que poderão servir em pouco tempo de flancos desguarnecidos para o ataque dos opositores. 

E se não bastassem os pronunciamentos falhos que faz aqui dentro do território nacional, Lula não tem deixado escapar as oportunidades para pisar no tomateiro também nas constantes visitas que faz ao exterior. E se fosse outro a dizer na África: “Temos profunda gratidão ao continente africano por tudo o que foi produzido durante 350 anos de escravidão em nosso país.”? Um espanto! De escala em escala vai somando escorregadelas que surpreendem os gringos e estarrecem até seus aliados mais próximos. Nesses oito meses de voos ininterruptos já daria para escrever um bom livro com suas pérolas. Ai se essas palavras tivessem saído da boca de Bolsonaro! Siga pelo Instagram.

 


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