20/10/2022 às 10h34min - Atualizada em 20/10/2022 às 10h34min

Alimentos e energia representam mais de 50% da inflação na Europa | Portal Obidense

Em setembro, a Zona do Euro registrou aumento de 9,9% nos preços, mas um ano antes o índice estava em 3,4%, de acordo com o Escritório de Estatísticas da União Europeia

Da Redação
Jovem Pan

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EUROPA - Alimentos e gastos com energia representam mais de 50% da inflação na Europa. Em setembro, a Zona do Euro registrou inflação de 9,9%, um ano antes o índice estava em 3,4%. Em agosto a taxa ficou em 9,1%  e em julho 8,9% de acordo com o Escritório de Estatísticas da União Europeia. Em entrevista à Jovem Pan News, o professor de ciências econômicas do Mackenzie, Josilmar Cordenonssi, ressaltou que a aceleração ocorre por conta da guerra na Ucrânia e da dependência da Alemanha e Europa do gás russo. O conflito gerou um aumento de 40% na energia: “A taxa de juros na Europa está muito baixa. A inflação está a 10% e a taxa de juros lá é 1,25%. Está muito baixo porque lá na Europa eles estão com medo do risco de ter uma queda do PIB e entrar em recessão. Já estão prevendo isso. O desemprego não é tão baixo como nos Estados Unidos, na Zona do Euro como um todo está a 6,6% e eles estão mais preocupados com a queda no PIB do que propriamente com a inflação. Essa inflação no preço de alimentos e energia é muito volátil. Da mesma forma que sobre, daqui a pouco pode cair. O que é mais preocupante é a inflação de bens e serviços, que está entorno de 5,5% e 4,3%. Isso ainda vai dar um certo trabalho para o Banco Central Europeu, mas a expectativa é que essa queda do PIB pode segurar essa inflação”.
 
O economista Gabriel Meira, da Valor Investimentos, reforçou que os alimentos e energia, impactados justamente pela guerra, representam mais de 50% da inflação na Europa e analisou os impactos disso na economia brasileira: “Quando você fala de inflação hoje, não é só no Brasil, não é só na União Europeia. A gente está falando de uma inflação alta nos Estados Unidos, diversos países da Europa, na Ásia e na América Latina de forma geral. O Brasil não saiu impune disso também, é um efeito geral da pandemia. A diferença é que no Brasil nós fizemos o dever de casa antes. Nós somos um país que já está acostumado com uma inflação um pouco elevada, começamos a subir a taxa de juros muito antes do resto do mundo e estamos colhendo os frutos agora. Temos uma inflação muito mais controlada do que a União Europeia e os Estados Unidos, por exemplo. A inflação vem diminuindo, tivemos três meses seguidos de deflação, muito em parte pelo congelamento do ICMS, mas também por conta da queda de alguns dos nossos preços. Nós temos uma inflação um pouco mais controlada e uma taxa de juros em queda, ao contrário da União Europeia, onde nós temos uma taxa de juros subindo cada vez mais e, a partir da notícia de hoje de uma inflação do bloco de 9,9%, nós devemos ter uma taxa ainda mais elevada na Zona do Euro”. As taxas mais baixas estão na França (6,2%) e na Finlândia (8,4%). Enquanto na Estônia a taxa chega a 24% e na Lituânia a 22,5%. A Alemanha, maior economia do continente, registra 10,9%.


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