01/04/2017 às 18h20min - Atualizada em 01/04/2017 às 18h20min

As equipes do Governo do Estado seguem empenhadas no trabalho de prevenção à febre amarela no oeste paraense.

Profissionais das secretarias de Estado de Saúde Pública (Sespa) e Segurança e Defesa Social (Segup) garantem apoio às prefeituras, sobretudo, na vacinação das comunidades ou em ária já mapeada.

Por: Walmir Ferreira - Inf. Ag, Pará

Fotos: Agência Pará

REGIÃO - Na quarta-feira (29), as comunidades Mamiá, em Alenquer, Novo Brasil, em Monte Alegre, e Maloca, em Curuá, recebem a vacina. O trabalho de imunização é feito por agentes de saúde dos municípios com o apoio de profissionais do Governo do Estado. Somente para Alenquer, onde foram confirmadas três mortes por febre amarela este ano, o Estado destacou uma equipe de 25 pessoas, entre policiais e bombeiros militares, membros da Defesa Civil e técnicos da Sespa. Tudo para garantir que a vacina chegue aos diversos rincões da região. A cidade de Oriximiná também recebeu vacina e agentes do governo do estado.

Alerta – Tão importante quanto o trabalho de vacinação das comunidades é a educação em saúde. Disseminar informações sobre a febre amarela entre os profissionais e a comunidade ajuda a prevenir a doença e garante maior controle vetorial. Profissionais da Sespa, participam da equipe que faz o registro das mortes de macacos no Estado, ocorrência que pode sinalizar a presença do vírus da febre amarela em determinada região. Em Curuá, a Sespa coletou na segunda-feira (27) material do cadáver de um primata encontrado na comunidade Fartura. No dia anterior, veterinários fizeram o georrefereciamento da área onde duas carcaças haviam sido encontradas por moradores.

Somente este ano, o Pará já registrou 126 mortes de macacos; dessas, nove foram por febre amarela: Rurópolis e em Belém, Alenquer, Marituba e Oriximiná.

“Quando a morte de um primata não humano é relatada e registrada, devemos fazer naquela região o bloqueio, que é o trabalho preventivo com a vacina. Por isso no momento a vacinação é direcionada à zona rural, pois é lá que os macacos estão sendo encontrados”, explica o veterinário Fernandes Esteves, coordenador do Grupo de Trabalho de Zoonoses da Sespa.

Morte de humanos.

Acompanhamento – A Sespa registrou quatro mortes por febre amarela no Pará este ano – três em Alenquer e uma em Monte Alegre –, todas na zona rural do oeste do Estado, região considerada endêmica para a doença. Os dois óbitos confirmados na última terça-feira (28) são o de uma criança de 10 anos e de um adulto de 23. Ambos eram moradores de Alenquer e foram internados no Hospital Regional de Santarém, mas não resistiram. Eles adoeceram antes do plano emergencial ser anunciado pela secretaria na semana passada.

Orientação as Sespa

Por causa da localização das ocorrências, a orientação da Sespa é que a vacinação seja intensificada nas áreas de floresta onde foram encontrados macacos mortos e houve registro da doença. “A febre amarela é uma doença silvestre, portanto, não há motivo para correr aos postos de saúde na cidade, onde a vacina já faz parte do calendário regular de imunização. Nesse momento estamos atendendo os moradores da zona rural e garantimos que não vai faltar vacina para ninguém”, afirma a secretária adjunta de Saúde Pública, Heloísa Guimarães. Estado com cobertura vacinal de quase 80%, o Pará dispõe de cerca de 310 mil doses da vacina contra febre amarela.

“Toda e qualquer morte por febre amarela poderia ser evitada se a pessoa tivesse tomado a vacina ao se expor a áreas de risco. E mesmo que não more em áreas rurais, mais cedo ou mais tarde, em algum momento da sua vida, a pessoa vai necessitar viajar e ela precisa estar protegida”, orienta o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos.  

Na região Oeste, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está executando um plano emergencial, que inclui a vacinação em massa, o combate ao mosquito transmissor da doença e o atendimento e orientação médica para as populações residentes em Alenquer, Monte Alegre, Curuá, Oriximiná e Óbidos. Alenquer e Monte Alegre são os locais de origem das vítimas, duas crianças e dois jovens. Curuá, Oriximiná e Óbidos, municípios vizinhos, são considerados de risco para a propagação da doença.

O secretário de Saúde do Pará, Vitor Mateus, que acompanhou as ações da Sespa em Alequer e Curuá, garante que não vai faltar vacina no Estado. “A imunização é primordial para prevenir a doença”, ressalta, informando que o Pará tem quase 310 mil doses de vacina disponíveis. “Vamos vencer essa guerra", afirma.

Baiaxo. Dúvidas frequentes sobre a vacinação.

Bebês podem tomar a vacina contra febre amarela?

R- Sim, a partir dos 6 meses de idade. Antes, pode ocorrer alguma reação adversa grave. A recomendação, hoje, do Ministério da Saúde é a vacinação aos nove meses e o reforço dessa vacina aos quatro anos de idade. Em adultos, a vacinação deve ocorrer também em duas doses, com intervalo de dez anos.

Se a pessoa teve zika vírus recentemente, pode tomar a vacina?

R- Sim, sem nenhum problema. Em caso do zika vírus, dengue ou chikungunya, a pessoa pode se vacinar contra a febre amarela, desde que espere um mês depois da cura para a vacina.

Em caso de doenças infecciosas, a pessoa pode se vacinar?

R- Sim, as únicas restrições são as pessoas com AIDS, que estão com a resistência muito baixa e pessoas em tratamento de câncer.

Grávidas podem tomar a vacina?

R- De maneira alguma, pois oferece riscos ao feto.

A partir do momento em que a pessoa toma a vacina, já se torna imune?

R- Após a dose da vacinação, a pessoa tem até dez dias para desenvolver a imunidade protetora. Por isso, é recomendável realizar a vacinação pelo menos 10 dias antes de viagens para áreas de risco.


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