Foto: DivulgaçãoBRASIL - Depois de lotar salas de cinema no Acre e conquistar prêmios em festivais nacionais e de fora do país, o filme acreano 'Noites Alienígenas', dirigido por Sérgio Carvalho, deu mais um passo rumo aos holofotes. O longa-metragem foi um dos 28 filmes incluídos na lista da Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais elegíveis para representar o Brasil no Oscar 2024, na categoria de melhor filme estrangeiro.
O filme foi lançado na 50ª edição do Festival de Gramado, em 2022, e venceu cinco Kikitos de ouro. Depois de percorrer os caminhos de festivais, a produção foi lançada comercialmente em março de 2023. Em entrevista ao Grupo Rede Amazônica no dia 29 de agosto, a produtora Karla Martins explicou que essa trajetória permite ao filme ser incluído na lista da academia e se habilitar a concorrer ao Oscar.
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"O filme esteve em festivais, recebemos prêmios, estamos indo agora para um festival nos Estados Unidos. Ele vai estar em 12 estados do meio oeste americano, e parte do noroeste também. Então, ele começou essa carreira internacional, que são as condições para um filme se habilitar para uma candidatura ao Oscar", disse.
Karla Martins também explicou que, após a lista com os 28 filmes elegíveis, a academia divulga uma lista final com seis nomes. Desses seis nomes, um será escolhido para inscrição na maior premiação do cinema.
Apesar de ter estreado em 2022, o que determina a elegibilidade do 'Noites Alienígenas' é o lançamento comercial, que aconteceu já em 2023. Caso chegue entre os últimos seis nomes, o filme acreano passará pela avaliação dos profissionais habilitados à votação no Oscar para ser incluído entre os indicados.
"Pra chegar nessa lista de 28, realmente já passa por um crivo, tem uma serie de critérios que você vai respondendo até que chega nessa lista. Essa equipe de seleção, que envolve vários profissionais de cinema, todo mundo que está ali para fazer essa escolha. É um funil, realmente", destacou.
A produtora também ressaltou a importância do filme enquanto representante da Amazônia, e a necessidade de se enxergar o cinema nacional além do circuito do sudeste. Segundo Karla, no início da produção, o objetivo da equipe era que o filme fosse o mais acreano possível.
No centro do enredo encontram-se Rivelino (Gabriel Knoxx), um jovem rapper e grafiteiro que deixa sua arte em forma de nave espacial pelos muros da cidade; Paulo (Adanilo Reis), um jovem indígena, dependente químico, que é assombrado pela ancestralidade do seu povo; e Sandra (Gleici Damasceno), uma jovem negra e empoderada, mãe do filho de Paulo, que tem no hip-hop um refúgio e espaço de resistência. O filme se passa na periferia de Rio Branco.
"O que nós temos recebido da critica é que é um filme que teria condições de reassentar o Brasil não só no Oscar, como em outros festivais, assim como outras produções. E talvez o fato do Noites Alienígenas poder fazer isso, é a enxerga de ver filmes que não estão só no circuito do sudeste brasileiro, mas, eu diria, nas pontas do Brasil, como o nosso caso, na Amazônia", avalia.
Agora, a equipe vive a expectativa de chegar à lista final e também de que o filme seja escolhido para representar o Brasil. Como o acreano gosta de andar sempre em grupo, o objetivo é levar o maior número possível de representantes da produção e elenco.
"Normalmente, esses festivais grandes, como Gramado, eles ofertam uma quantidade de passagens. Caso a gente vá pro Oscar, a gente sempre tem que contar com as pequenas vitorias que são grandiosas no nosso Estado. O 'Noite' representa o espaço que outras produções podem ocupar. Vamos esperar esse convite, e se der pra levar mais gente, é melhor andar de 'bonde'. O Noites Alienígenas é o Acre", encerra.
