15/06/2022 às 09h39min - Atualizada em 15/06/2022 às 09h39min
Ministro defende uso de rede de satélites de Elon Musk para monitoramento da Amazônia | Portal Obidense
Ministro das comunicações defende uso de rede de satélites de elon musk para monitoramento da amazônia. ele participou de audiência conjunta de quatro comissões da câmara
BRASIL - O ministro das Comunicações, Fábio Faria, defendeu (nesta terça-feira, 14) o uso da Starlink, rede de satélites da SpaceX, do bilionário Elon Musk, para a conexão de escolas em áreas rurais e o monitoramento da Amazônia. Mas fez a ressalva de que a palavra final sobre a contratação é das empresas vencedoras do leilão do 5G: OI, Claro, Vivo e Tim. Ele foi ouvido em audiência conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia; Fiscalização Financeira e Controle; Integração Nacional; e Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Em janeiro deste ano a Starlink recebeu aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para oferecer serviço de internet por satélite no país. A autorização tem abrangência nacional, mas o foco é em suprir gargalos do setor com a expansão da cobertura em áreas rurais e na Amazônia, onde a infraestrutura de fibra óptica é deficiente.
Sobre as qualificações da Starlink para atuar no monitoramento da região, o ministro afirmou:
“Porque o único satélite que tem laser e que detecta o barulho da serra elétrica é o Starlink. Se tiver uma serra elétrica cortando uma árvore na Amazônia, é só a Starlink (que vai detectar).”
Questionado sobre os custos de um monitoramento feito pela Starlink, Faria disse:
“Se o empresário (Elon Musk) quer dar de graça para o Brasil, a zero, em vez de pagar R$ 40 milhões, a gente vai negar? ”
Os deputados Vivi Reis (Psol-PA) e Ivan Valente (Psol-SP), que solicitaram a reunião, criticaram a contratação de uma empresa estrangeira para realizar o monitoramento da Amazônia, que já é feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo Vivi Reis, seria desnecessário:
“Qual é a razão para que o governo federal, depois de diminuir o orçamento do Inpe investir em outro sistema para monitorar o que já vem sendo monitorado com precisão?”
Para Valente, falta atuação do governo junto à floresta:
“O Brasil tem quatro sistemas de monitoramento que calculam centímetros de monitoramento da Amazônia. Não falta informação sobre a Amazônia, falta fiscalização.”
Durante a audiência, o ministro rebateu argumentos de ingerência na Anatel explicando que grande parte das decisões é tomada por organismos internacionais, e que o país não pode proibir a passagem de satélite por território nacional. Fábio Faria reforçou que a decisão sobre quais satélites serão enviados para o espaço não parte da Agência Espacial Brasileira (AEB), e sim da União Internacional de Telecomunicações (UIT), um órgão da ONU sediado na Suíça, e que cabe a uma empresa norte-americana a chancela sobre o lançamento dos satélites.