02/06/2022 às 09h55min - Atualizada em 02/06/2022 às 09h55min

Brasil defende redução da tarifa de energia gerada pela usina de Itaipu | Portal Obidense

O brasil quer a redução da tarifa de energia gerada pela usina de itaipu. mas a definição precisa ser negociada com o paraguai, já que a empresa é binacional.

Redação
Da Rádio Câmara
Imagem da Internet
BRASIL - O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, o contra-almirante Anatalício Risden Júnior, disse (1/6) aos deputados da Comissão de Relações Exteriores da Câmara que o Brasil defende a redução da tarifa de energia gerada pela usina por conta do fim do pagamento da dívida com a construção da hidrelétrica. Mas, segundo ele, o Paraguai quer manter o valor atual.

No acordo entre os dois países, feito em 1973, foi estipulada uma revisão para 50 anos depois, em 2023, quando a dívida da obra seria extinta. Mas uma parte do efeito desta extinção já será sentido este ano. Como a dívida representa 66% da tarifa, a discussão entre os países é sobre a tarifa deste ano e a partir de 2023.

Também está sendo discutida, por causa da revisão do acordo, a obrigatoriedade do país vizinho de vender para o Brasil a energia excedente de Itaipu, sendo que cada um tem direito à metade da geração. Hoje o Brasil compra 30% da parte paraguaia. Para o Paraguai, a energia de Itaipu significa 85,6% do total consumido. Para o Brasil, 8,4%. Na revisão do acordo, chamado de anexo C, o Paraguai pode pedir para vender livremente a sua parte. E esse é um dos pontos que devem ser negociados até agosto de 2023.

O contra-almirante Risden disse que os estudos que o Brasil tem mostram que o Paraguai deve necessitar do total da sua parte na geração da usina daqui a dez anos.
O deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR) questionou o impacto nas negociações de relatório da Controladoria-Geral da República do Paraguai que aponta débito de US$ 3,8 bilhões da Eletrobras com a Itaipu:

“A dívida teria sido contraída no período de 85 a 97, quando o Brasil teria pago menos que US$ 17,10 por quilowatt pela energia de Itaipu.

A Controladoria interpreta a atuação do Brasil como uma violação do tratado assinado em 73 e que deve ter o anexo C renegociado. ”

O embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva disse que uma auditoria nas contas da empresa teria que ser feita por uma controladoria binacional para ser válida. Ele contou que a negociação com o Paraguai sofre alguma dificuldade por conta de uma visão negativa da opinião pública paraguaia sobre o tema:

“Tudo na usina é decidido por consenso entre brasileiros e paraguaios. Ou seja, o Brasil não decidiu nada sozinho e nem impôs nada ao Paraguai. Mas há uma certa visão negativa de alguns setores em relação ao papel do Brasil na construção e na gestão de Itaipu que está longe de ser minoritária na opinião pública paraguaia, infelizmente. E isso cria um ambiente um pouco mais difícil para as nossas negociações porque estimula algumas expectativas dificilmente realizáveis. ”

O deputado Osmar Serraglio (PP-PR) solicitou às autoridades presentes a revisão da distribuição dos royalties de Itaipu para compensar mais a cidade de Guaíra, no Paraná. Segundo ele, a cidade perdeu a Cachoeira de 7 Quedas, que era a maior do mundo, com a formação do lago de Itaipu em 1982. O deputado afirma que havia a promessa de que seria construída outra usina na região, mas isso não aconteceu.


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