14/02/2021 às 13h54min - Atualizada em 14/02/2021 às 13h54min

O carnaval do silêncio | Portal Obidense

Desde o final do século XIX e início do século XX com a chegada efetiva dos militares, o carnaval obidense começou a tomar corpo

Por: Carlos Vieira


ÓBIDOS - Logo vieram os blocos de rua (Bloco dos Espanadores, possivelmente o primeiro ou um dos primeiros), os Clubes Sociais, sendo o Amazônia Clube, um dos mais notáveis, que segundo o Jornalista Ernestro Vinhais, que por aqui passou em 1930, era um dos mais democráticos bailes de salão que conheceu. Dançava no mesmo salão o soldado, o comandante do quartel e o Juiz de Direito.

Surgimento de Clubes
As fantasias, comparou com as que se apresentavam nos grandes clubes do Rio de Janeiro. Entre os anos 50 e 60, surgiram novos clubes sociais, tais como: a Assembleia Recreativa Pauxis - ARP, o Mariano Futebol Clube, o Alegria, do Sr. Antonico Pé de Arpão e outros tantos clubes na época, considerados clubes de segunda.

Os carnavalescos
Surgiram também os grandes Carnavalescos: Antonico Pé de Arpão, Mário Prata, Renato Jordão, Maria Ramos, Odenor Nunes, Euvaldo Martins (buchinho), Nenê Três Almas, Miguel Venâncio, Bilú, Gitinha (filha do Sr. Chico Preto), Miguel Venâncio, Canela de Vidro, Curiolando, etc. Posteriormente, o Salão Paroquial, Sayona, Garagem, JAC, Cirandinha, Arena do Forro, Juventus, Vila Nova entre outros. Na ARP, ainda como tradição, o "sereno"(número grande de populares se reuniam onde hoje é a Praça do Estreito, para observar as pessoas que ali dançavam).

Barreirão
No decorrer das décadas de 80 e 90, o nosso Carnaval de Rua ficou sob o comando de um grupo de jovens que brincavam de bola em um campinho ao lado da ARP, conhecido como Barreirão, e durante muitos anos, mantiveram a tradição dos blocos de rua.

O CarnaPauxis – Blocos oficiais
No final do século XX, o carnaval obidense toma novo impulso, já sob a denominação de Carná Pauxis. Tem início a organização dos grandes blocos oficiais: Xupa Osso, no Bairro Centro; Águia Negra, cidade Nova; Unidos do Morro, Bairro de Fátima; Serra da Escama e Unidos do Umarizal, Bairro de Lourdes; Blocco das Virgens e Pai da Pinga, Bairro de Santa Terezinha e Bloco Vai ou Racha, Bairro de São Francisco.

O carnaval de Óbidos passou a ser considerado, como o maior carnaval de rua do Oeste do Pará, sendo incluído no calendário cultural do Estado.

Segundo cálculos extra oficiais, há blocos que chegam a arrastar de 25 a 30 mil brincantes. Nos últimos dias de folia, os blocos oficiais saem de seus respectivos bairros, desfilam pelas ruas da cidade, e em seguida, dirigem-se para a Praça da Cultura onde grande parte da população os aguardam e é dado continuidade até a madrugada.

O silêncio e Orações
No entanto, este ano, com a pandemia iniciada na China e que se espalhou por todos os continentes chegando até Óbidos, e em respeito as orientações da Organização Mundial da Saúde e de nossas autoridades políticas e sanitárias, as músicas de carnaval, as marchinhas, as músicas populares, Zé Pereiras e Colombinas, foram substituídos pelo silêncio.

As ruas antes lotadas de foliões, estão vazias, os foguetes foram substituídos pelos trovões do inverso. Não temos a maizena, o som dos apitos, o rufar das beixigas e os trios elétricos, só o silêncio e as orações. Muitas famílias ainda chorando por seus ente-queridos, mas todos unidos na esperança que tudo isso vai passar, e com a interseção de Senhora Sant'Ana e a vontade e poder de Deus, logo tudo voltará ao normal, e que no ano vindouro, possamos estar todos juntos  festejando a vitória das orações e da ciência, e unidos no  Carnaval da Vida.




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