OESTE DO PARÁ - São 10 os defensores de direitos humanos e do meio ambiente ameaçados de morte em unidades de conservação, assentamentos de reforma agrária e uma terra indígena na região oeste do Pará. Para todos eles, apesar de requisitada pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Comissão Pastoral da Terra, não foi assegurada até agora a inclusão no Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. Nesta quarta-feira, 18 de novembro, a situação desses defensores será debatida em uma reunião em Santarém, na sede do MPF.
O local com maior número de pessoas ameaçadas é o Projeto de Assentamento Areia, nos municípios de Trairão e Itaituba, com longo histórico de conflitos e mortes por exploração ilegal de madeira e reconcentração de lotes da reforma agrária. O Areia se tornou porta de entrada para madeireiros que fazem derrubadas ilegais na Floresta Nacional do Trairão e na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio.
Quatro lideranças dessas áreas, que resistem e denunciam as invasões dos madeireiros, sofrem ameaças graves e foram incluídas no Programa Nacional de Proteção, mas até agora essa proteção não se efetivou.
Em Monte Alegre e Alenquer a preocupação é com lideranças de dois Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS) que tentam proteger os assentados e a floresta do assédio de grileiros e madeireiros e por isso têm as vidas ameaçadas. Constantemente, em todos os locais onde há conflitos agrários, a polícia civil paraense é acusada pelas comunidades de se recusar a registrar ocorrências de ameaças.
Hoje (18) a equipe técnica do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos estará em Santarém e vai fazer reunião com representantes da CPT, do MPF e do Ministério Público do Estado do Pará.