05/11/2015 às 10h53min - Atualizada em 05/11/2015 às 10h53min

Metodologia diferenciada garante ensino e aprendizado à população rural de Óbidos

O projeto nasceu em 2001 e hoje conta com a parceria da Prefeitura e da Diocese de Óbidos para dar continuidade no ensino técnico.

Por: Martha Costa
Fotos: Divulgação

ÓBIDOS - Casa Familiar Rural (CFR), você já ouviu falar? E alternância educacional? Talvez você assim como eu, muita gente ainda não tenha parado para perguntar qual a função de uma Casa Familiar Rural e a resposta pode nos tirar da nossa zona de conforto e nos arremessar a uma realidade comum na vida de aproximadamente 60 pessoas entre estudantes e voluntários que fazem da Casa Familiar Rural de Óbidos um lugar de transformação social. O projeto foi iniciado em 2001 e sempre contou com parcerias para o seu desenvolvimento e funcionalidade, hoje, 14 anos após sua primeira atividade, a CFR alia a pratica interdisciplinar do ensino técnico teórico, aplicado durante uma semana inteira no Sitio Paraíso, cedido pela Diocese de Óbidos, às atividades práticas, desenvolvidas no Sitio Modelo.

O projeto atende a população rural de Óbidos, com ensino técnico obedecendo a um calendário interdisciplinar adequado para a chamada alternância, e as classes compostas por uma média de 20 alunos recebem orientação em módulos, como explicou o professor de geografia, lá chamado de monitor. “Essa é uma forma que você transmite em períodos o conhecimento segundo um calendário de interdisciplinaridade, e nós batemos de frente com o sistema tradicional e em cada alternância a gente trabalha o tema proposto por eles, há toda uma ferramenta pedagógica e este é o diferencial da Casa Familiar Rural”, falou João Carlos Brito, monitor voluntário da Casa Familiar Rural.

 Histórias não faltam e entre as tantas vivencias conhecemos a da agricultora Maria Luzimeire Moreira, de 46 anos, que mora na comunidade de Nova Jerusalém, na região da Terra Firme, ela é uma das pequenas produtoras cadastradas no programa que leva alimentos da agricultura familiar para a merenda escolar. “A Casa Familiar Rural trabalha no sentido de que a gente possa produzir sem agredir o meio ambiente, por exemplo, se a pessoa vai produzir um roçado ele vai trabalhar em uma pequena área que passa a produzir muito”, falou à produtora que cultiva uma horta e que ainda desenvolve o plantio da mandioca para produção da farinha e seus derivados.

Entre os concluintes do curso técnico em agropecuária está o senhor Sebastião Almeida de Jesus, de 56 anos, que é morador da Comunidade de Maria Tereza, na região da Várzea, e fala sobre o aproveitamento dos ensinamentos dentro da CFR. “Estamos concluindo a parte técnica e ela é muito rica, e cada alternância tem uma cultura diferente e a gente tem aqui a melancia, o milho, macaxeira e quando a gente sai daqui temos condições de desenvolver e eu acredito que as comunidades também poderão usufruir desse conhecimento”, enfatizou.

A secretária de Desenvolvimento Rural e Abastecimento de Óbidos, Robenizia Moda, falou da importância da parceria de instituições públicas, e até privadas, para concretização deste projeto. “Pra gente é sempre prazeroso abraçar este sonho e o que nós queremos é levar a comunidade o trabalho desenvolvido pela Casa Familiar Rural e que a sociedade nem sempre tem conhecimento disso, e este é um projeto muito bonito que precisa ser apoiado”, falou a secretária após citar que atualmente a CFR tem apoio da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), com os educadores voluntários, como o próprio secretário de educação, João Neto Rodrigues, e a Diocese de Óbidos.

 


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