02/12/2016 às 17h30min - Atualizada em 02/12/2016 às 17h30min

Ponte construído em lago na comunidade do Flexal gera conflito entre os moradores.

Foi feito um abaixo assinado, já teve ameaças de morte, boletins de ocorrências, hostilidades entre os que são a favor e os contra, não tem autorização e nem estudo técnico.

Por: Walmir Ferreira
Foto: Arquivo

FLEXAL - A construção de duas pontes na comunidade Flexal, município de Óbidos está causando muita polêmica. Ambas teriam sido construídas por populares sem autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente ou feita antes uma Audiência Pública para tratar sobre o tema.

Tivemos conhecimento através de denúncia de moradores que pediram para não ser identificados por temer ameaças e retaliações (já teria havido casos de ameaça de morte) devido a gravidade do problema. Segundo os denunciantes tudo começou quando um morador e empresário residente no município de Curuá, vizinho ao Flexal, distante aproximadamente 07 (sete) quilômetros da comunidade teria enfrentado dificuldades para atravessar o Igarapé Grande, como é conhecido, no tempo de estiagem. Em conversa com outros empresários do município de Curuá e até mesmo moradores da comunidade Flexal o grupo teria, arbitrariamente, construído duas pontes, com aproximadamente 05 (cinco) metros cada uma.

As pontes começaram a ser construídas a partir do dia 15 de outubro e em uma semana foram erguidas. Uma foi construída sobre o Igarapé Grande, como é conhecido especificamente o Porto Grande pertencente ao município de Óbidos. A outra é sobre o Igarapé Grande pertencente ao município de Curuá e foi construída no perímetro conhecido como Curuçá.

O problema se tornou maior quando pescadores começaram a sofrer transtornos causados pelas pontes, pois para passar ao outro lado eles devem retirar a rampa e devolver ao lugar para que as pontes não tenham falhas. Essas rampas seriam pesadas e muitos pescadores já teriam a iminência de sofrer acidentes na hora de retirar porque no local a correnteza é forte.

Um Abaixo-Assinado foi feito pelos moradores do Flexal que não aprovam a construção das pontes que segundo eles impede o DIREITO DE IR E VIR, onde os moradores pescam e durante a noite a dificuldade é maior para passar pelas pontes devido não haver outra opção de acesso. Eles acrescentam que se sentem reféns dessa situação e que dependem da prática da pesca para a subsistência.

O texto segue e fala do termo de respeito com o MEIO AMBIENTE através do trabalho sustentável com a natureza. Dizem ainda que contribuem para a preservação dos ecossistemas, que são patrimônio de todos os seres humanos.

O Abaixo-Assinado acrescenta que as comunidades estão ameaçadas pelo crescimento desordenado e atos IRRESPONSÁVEIS dos interesses próprios.

O Documento solicita a intervenção imediata dos órgãos competentes no que tange essa questão, tanto do Município de Óbidos como ao Município de Curuá. O Abaixo-Assinado foi protocolado no dia 07 (sete) de novembro de 2016.

O problema se agrava ainda mais com a suspeita de as pontes terem sido construídas de qualquer jeito, sem nenhum tipo de análise técnica, pois a área é considera APP (Área de Preservação Permanente) amparada por lei, já que o Igarapé é uma via pública.                      

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Óbidos foi procurada pela reportagem para dar esclarecimentos sobre a construção das pontes, Bete Moda que responde pelo órgão disse por mensagem que vai ouvir o que de fato aconteceu. E que alguma explicação tem que existir. Disse ainda que as vezes a comunidade se reúne e acorda sobre determinado assunto que favorece a comunidade por um determinado período. As vezes é uma pessoa só que resolve fazer... aí começa o problema que a SEMMA de Óbidos vai tentar resolver.

Algumas pessoas que denunciaram o caso já teriam sido ameaçadas e por conta disso já registraram boletim de ocorrência. Os principais prejudicados, no caso os pescadores, não foram comunicados em momento algum.


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