ÓBIDOS - 21 anos atrás a comunidade Liberdade foi contemplada com um projeto de beneficiamento de arroz e farinha da mandioca. Seu Nelson (foto) estava no dia 25 de setembro do ano de 1994 quando o então prefeito Nelson Souza inaugurou a casa de farinha e usina de beneficiamento de arroz.
Tempos bons. Mas, o que parecia ocorrer bem acabou se tornando um sonho distante. A produção de arroz começou a diminuir gradativamente com a diminuição de produtores e depois de quatro anos inaugurada a usina faliu. Fechada as portas em 1998 até os dias atuais o arroz foi apenas uma leve brisa na colheita agrícola da comunidade.
Já a maniva continuou e gerou renda e bons frutos, foram anos de boas colheitas, mas como uma chuva de verão o que veio como um raio se foi na mesma proporção.
Como a usina de arroz a de farinha também faliu e fechou suas portas. A inadimplência dos associados fez com que os investimentos bancários fossem cancelados.
Mas como forma de persistência os produtores uniram forças e sem incentivo e sem nenhum incentivo financeiro, retomaram a produção da farinha de mandioca sendo hoje a principal atividade de renda da comunidade Liberdade. De forma quase que artesanal e bem obsoleta os produtores se revezam no processo de fabricação.
Veja como demora para que a mandioca chegue a este ponto, aos grãos (bagos) de farinha que estão nas mesas para as refeições.
Quando a Maniva (arvore da mandioca) está pronta é arrancada do terreno e a sua raiz se revela sendo a matéria prima. A mandioca é trazida para ser descascada e o serviço é difícil, mesmo assim mulheres se revezam e com rapidez retiram as cascas da mandioca que vai ficar um tempo de molho.
O próximo passo é a prensa.... Uma máquina improvisada faz o serviço para que então o produto seja peneirado como mostra a (foto). Por fim homens e mulheres podem dividir a tarefa de mexer no forno, quando a
mandioca começa a ganhar a forma da farinha usada como acompanhamento de sopas, pirão com peixe assado, caribé um mangal a base de farinha e o tradicional com açaí entre mil e uma utilidades
Por dia saem cerca de oito sacos de farinha essa é a média da produção. Um processo nada fácil e cansativo que com paciência, dedicação, trabalho em grupo e habilidade se consegue uma boa renda.
Tudo começa com a plantação e termina numa rica culinária cheia de opções e sabores.