27/10/2016 às 09h44min - Atualizada em 27/10/2016 às 09h44min

Comunidade que fica a pouco mais de 60km do municio de Óbidos no oeste do Pará

O nome Saubão é originário das grandes formigas cortadeira que tinham em grande quantidade naquele lugar

Por: Walmir Ferreira
Foto: Portal Obidense

ÓBIDOS - Saúva é designação comum às formigas, especialmente as do gênero Atta, da família dos formicídeos. Elas cortam pedaços de folhas, que carregam para os ninhos a fim de criar os fungos que constituem o seu alimento exclusivo. No Brasil, são uma das mais importantes pragas agrícolas. São chamadas ainda, entre outros nomes, de saúba, saúvas, formiga-cortadeira, formiga-carregadeira, formiga-de-mandioca, formiga-cabeçuda, formiga-de-roça, enfim, espera-se que o animal que deu nome à comunidade esteja por todo lado.

A Comunidade

E não é que de tanto procurar cansamos e não encontramos... Mas, daqui a pouco vamos explicar. Agora vamos conhecer um pouco mais deste lugar. Saubão fica localizado cerca de 63 km da cidade, no polo Cruzeirão, região de terra firme.

Para chegar à comunidade saímos cedo, e bem cedo. Eram pouco mais de 06 horas da manhã quando o sol, preguiçosamente ensaiava seu belo nascer. Em poucos minutos seu brilho intenso já aquecia a mata. 1:30 hs depois chegamos a comunidade Saubão.

A localidade fica na região de terra firme de Óbidos. A energia é distribuída às casas através do motor de luz que fica ao lado da escola. É assim que os moradores acompanham as informações pela TV e rádio até as 22 horas quando o motor de luz é desativado e as velas iluminam a noite.

Encontramos seu Edilson, homem simples de poucas palavras e experiência impagável ele nos guia aos arredores da vila para mostrar os contrastes.

Quando iniciou a ocupação várias comunidades se uniram e fundaram novas vilas. O polo Cruzeirão é formado por Bom Sossego, Saubão e Santo Antônio.

Com o crescimento das comunidades os serviços básicos se tornariam extremamente necessários, com a enorme distância da sede do município buscar esses serviços ficaria mais inviável. O custo era muito alto e o tempo agravava os problemas.

Continuamos o percurso e no caminho estreito encontramos várias espécies de plantas da região. Najá, Urucuri, Babaçu e até mamuru. Árvores mais conhecidas como banana e caju. 

A ponte que corta o igarapé já resultou em vários acidentes, na sua maioria envolvendo motoqueiros, a velocidade no trecho é alta e uma curva dificulta a visibilidade, mas e as formigas? Como disse antes nós procuramos os formigueiros e só encontramos histórias, daquelas que deram nome a comunidade.

Dizem os mais antigos que no início haviam muitas casas de formiga, com a chegada de mais moradores as tocas iam sendo destruídas e as formigas, possivelmente foram mudando de lugar. Com o tempo não se viu mais a quantidade de formigueiros que tinha no início. Hoje existem apenas histórias e poucos formigueiros, não das enormes saúvas! Mas de formigas menores que fazem com que o mito perdure no imaginário dos próximos visitantes.

Essa é a história que o povo conta! Saubão fica tão distante, nada que uma boa conversa não leve os causos deste lugar para os quatro cantos rompendo a barreira geográfica e do imaginário popular.

 


Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp