11/10/2016 às 16h53min - Atualizada em 11/10/2016 às 16h53min

Dia 12 é das crianças, que hoje já não tem mais seu espaço, se são felizes não sabemos, mas já fomos...

Nossas brincadeiras de antão, eram tão divertidas e didáticas que não sobrava tempo para cometer delitos ou viver ilicitamente.

Por: Walmir Ferreira

Fotos: Território do Brincar

ÓBIDOS - Na infância da fantasia e da inocência, o gostoso era fazer os próprios brinquedos! Mas na verdade era mesmo a falta de condições, famílias eram numerosas, os mais velhos cuidavam e produziam os brinquedos para os mais novos.

Subir no coqueiro e pegar a palha maior e mais verde que daria então para fazer aquela famosa arma de brinquedo como nos filmes da época como Tarzam o rei da selva, Sessão Bang-Bang, Daktare a Aventura na África ou até mesmo o James West, indo mais longe como era eletrizante ver Daniel Boone.

Nas viagens da imaginação de cada criança, o desejo de se tornar igual o seu artista da TV, e sair “poraí” atirando em índios, prendendo bandidos e porque não se casar com a moça mais linda da região.

Fazer seus esconderijos debaixo dos capins, matos bastante crescidos nas ruas de sua pequena cidade, como cenário rua Eloy Simões (Atual: Av: Dom Floriano) bairro da Cidade Nova, próximo da serraria no caminho da Aveia na Cidade de Óbidos.

Entre muitas brincadeiras tinha aquele de “polícia e ladrão”, tão típica em qualquer realidade, foi vivida intensamente dentro de um matagal, onde esconder e procurar era o fundamental. O policial que encontrassem um ladrão, apontava sua arma para ele e soava o ruído típico de tiros. Um esconde-esconde armado.

Brincar com armas, atiradeiras e estraladores de pólvora foi sem dúvida recorrente em quase toda a minha infância. Seja de pau, de talo de mamão, tubo de PVC, de palha de coqueiro, lá estavam elas no dia a dia dos meninos brasileiros daquela época (1979 a 1985)

Papagaio

Depois nada melhor que empinar papagaio, juntar garrafas, lâmpadas fluorescentes ou atém mesmo Lã de vidro, para isso, tínhamos que explorar lixeiras atrás das geladeiras velhas para extrair de seu interior a

matéria prima para o cerol. Mas isso era apenas para os maiores pois nós tínhamos que nos contentar com as “cangulas” ou com a curica, feito do papel de pão ou até mesmo sem nenhum recurso pegar a linha de costura da mamãe e fazer uma de papel de menta.

Pião

Na diversão não tinha igual, se tivesse o melhor pião, e se soubesse “ticar” bem, logo na apresentação, mostrar o seu “saber”, jogar seu pião mais próximo da linha para levar o outro para dentro do círculo e se mesmo assim tivesse a coragem de jogar o pião e aparar na mão você seria seguido por vários coleguinhas e teria o nome de “fanchão”.

Mas o bom mesmo era ter o pião feito de galho da goiabeira, que se fazia do tamanho que quisesse e ainda pintava da cor que queria ou quando não de urucú para causar impacto aos demais adversário e se fosse pra roda, deixava o pião dos coleguinhas “zarolho” de tão duro que é.

Na aventura dos quintais e das ruas ainda de terra com caminhos, a imaginação surgia os carrinhos feitos de latas de sardinhas ou até mesmo de madeiras com rodas de sandálias

que tínhamos que procurar a mais macia para poder cortar e fazer as rodas, com o eixo de raios de roda se bicicletas.

Também aproveitávamos o laguinho, aveia, engenhos para fazer os testes dos barquinhos feito de isopor roubado das boias das malhadeiras de nossos pais, mas a festa toda era quando chovia e sempre acontecia, tomar banho de chuva e brincar soltando os barcos na correnteza.

Na brincadeira da peteca, todos tinham cuidado para não ir a “pí”, e antes de participar do jogo, tinha que apresentar suas petecas pois na regra número um não podia entra num jogo com poucas petecas dava-se o nome disso de “fazer a vida”. As lindas bolinhas de vidros eram guardadas em meiões, ou em latas de leite ninho recheadas de talcos para as mesmas não ficarem “Pirentas” se não perdia seu valor e interesse, quando alguém então aparecia com uma peteca “Boliviana” aquelas mais bonitas, nem eram usadas no jogo e sim como moeda de troca uma boliviana equivalia de 3 a 5 petecas normais.

Muitas formas de se brincar eu aprendi, como correr a cidade toda sem sentir o cansaço empurrando uma roda de “jansse” de bicicleta sendo impulsionada por um pau de arco, não

tinha nada mais gratificante, o lindo era ver passar por obstáculos quando dava aquele salta no ar e tínhamos que ser os melhores para controlar e não deixar perder o equilíbrio e nem o controle do brinquedo para não bater nas pessoas e não correr mais que “agente”.

São muitos brinquedos que lembro e que passava o dia todos brincando, como a mini sinuca (Biralito), com bolas de peteca com tacos curtos e que dava uma adrenalina colocar

uma bola na “Caçapa”.

Não me diga que chegou até aqui pra ler tudo isso e não saber o que é um corrupio? Aquele brinquedo feito de tampinha de refrigerante com dois furos no meio, quando rodava cortava matos e pontas de plantas. Que nunca jogou, bole-bole, brincou de “Lare-Lare”, de bandeirinha, pira-cola entre muitas. De tudo isso tenho até hoje uma lição, nada foi tão fácil. Quando se perceber ou ver uma facilidade pode desconfiar e sair correndo, se não fizer isso, será mais uma de milhares de crianças a perder a sua infância, sua fantasia e sua inocência.

Vejam alguns registros abaixo


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