30/12/2019 às 19h15min - Atualizada em 30/12/2019 às 19h15min

A samaumeira no meio do caminho | Portal Obidense

“Quem não luta por uma árvore, nunca vai salvar uma floresta”

Por: Ronaldo Brasiliense
Foto: Dol
PARÁ - Causou comoção em Belém esta semana, nas redes sociais, a morte de uma frondosa samaumeira, às proximidades da praça Batista Campos - área nobre da capital - que foi ao chão, não resistindo aos impiedosos golpes de motosserra, usada a mando de uma empresa de construção civil.

Como em “Crônica de uma morte anunciada”, do genial escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez, todos sabiam que a samaumeira estava condenada à morte, mas ninguém fez nada para impedir o desenlace.

A mais risível das explicações pela morte da samaumeira veio da Secretaria de Meio Ambiente: a de que a samaumeira, com suas raízes e seus galhos, ameaçava calçadas e o telhado das casas, respectivamente. Isso numa capital como Belém do Pará, conhecida nacionalmente como "Cidade das Mangueiras".

Pensei nas centenárias samaumeiras das Praças Batista Campos e do Conjunto Arquitetônico de Nazaré (CAN) e no portentoso exemplar existente no Museu Paraense Emílio Goeldi, atrações turísticas E lembrei que as samaumeiras não têm frutos como as mangueiras...

A samaumeira - que viveria séculos e séculos - dispersa ao vento suas sementes envolvidas em pétalas brancas...

Ano que vem, que chega esta semana, outra samaumeira estará em discussão: ela está no meio do caminho do BRT Metropolitano, entre Marituba e Ananindeua, na região metropolitana.

Que ela, a samaumeira no meio do caminho do BRT Metropolitano, tenha melhor sorte do que a de Batista Campos.

Que, pelo menos, se discuta de forma série o seu destino.

Quem não luta por uma árvore, nunca vai salvar uma floresta.

Feliz Ano Novo.
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