18/05/2016 às 00h00min - Atualizada em 18/05/2016 às 00h00min

No dia internacional dos museus, preservação do museu integrado de Óbidos é motivo de reflexão

Com dificuldades financeiras e sem funcionários, museu obidense teve os seus atendimentos reduzidos.

Por: Érique Figueirêdo
Foto: Arquivo/ Portal Obidense

ÓBIDOS ­– O dia Internacional dos Museus comemorado no dia 18 de maio, é uma forma de incentivar a população ao hábito de visitar e apreciar os museus, seja de arte moderna, clássica, contemporânea e etc.

A cidade de Óbidos, localizada no oeste do Pará, conhecida pela sua riqueza histórica e pela sua participação em momentos importantes da história do Brasil, é uma das poucas cidades da região que tem um Museu Integrado.

O prédio antigo, erguido no local que hoje compreende o Centro de Óbidos, mantém os traços da requintada arquitetura portuguesa do século XX. No interior de suas espaçosas salas, estão guardados elementos sagrados do catolicismo, e objetos que vão da cultura indígena a utensílios do cotidiano que pertenceram a pessoas da sociedade obidense. Na parte superior do prédio, uma biblioteca com um riquíssimo acervo literário, está à disposição para pesquisa.

Mas nem tudo é motivo para celebração, a data que deveria ser especial para o museu obidense, é na verdade de preocupação com o seu futuro. Dificuldades financeiras vem ameaçando a manutenção do local, que desde o ano passado teve os seus horários de visitação ao público reduzidos, por conta

da retirada de funcionários da Prefeitura de Óbidos, que mantinham o prédio funcionando.

O assunto gerou polêmica nas redes sociais recentemente, e a presidente da Associação Cultural Obidense (Acob), Cleonice Barros, revelou que dívidas e intervenções políticas, obrigaram a entidade a readequar os horários de atendimento à população. “Não fechamos as portas do museu, mas por conta da retirada de alguns funcionários da prefeitura que prestavam serviço no museu, tivemos que reduzir o funcionamento, e agora o museu abre mais na parte da tarde”, disse Cleonice.

Em meio a essa situação, a Acob, entidade que administra o museu desde 1885, quando foi inaugurado, está impossibilitada de captar recursos junto aos governos federal, estadual e municipal, por conta de dívidas com a Receita Federal. A única fonte de renda vem de doações feitas por empresários e instituições, que são usadas para quitar as despesas de água, luz e a limpeza do local. “Sem essas doações não seria possível manter o museu, não é muito, mas se o museu ainda abre as portas, é por conta da boa vontade de nossos associados e bem feitores que nos ajudam”, ressaltou Barros.

O lugar que é considerado o guardião da história dos antepassados do povo obidense, precisa de ajuda para manter viva a sua história. “O trabalho voluntariado da população também é de grande ajuda para o museu, temos poucas pessoas que nos ajudam hoje a manter esse espaço funcionando, por isso quem quiser dedicar um pouco do seu tempo para nos ajudar atender a população, será muito bem-vindo”; solicitou a presidente da Acob.

Na data em que os museus mundo a fora estão lotados de visitantes, o museu integrado de Óbidos, sem o mesmo glamour, permanece firme mesmo com as dificuldades. Como escreveu o poeta Rômulo Viana, ao falar de sua visita ao museu obidense. “Um povo que não preserva o seu passado, dificilmente saberá construir o seu futuro”.

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