PARÁ - Começa no feriado de 1º de maio, a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa no Pará. Essa etapa abrange todo o território paraense, com exceção do arquipélago do Marajó e dos municípios de Faro e Terra Santa. A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) alerta ser muito importante o criador manter seu rebanho imunizando, conforme o calendário oficial de vacinação. A previsão é vacinar mais de 20 milhões de animais em 107.627 propriedades até o dia 31 de maio, fim do prazo.
Os produtores têm até o dia 15 de junho para declarar a vacinação no escritório da Adepará mais próximo de seu município. Para imunizar o rebanho, o pecuarista deve adquirir as vacinas em uma revendedora autorizada ou loja de produtos agropecuários devidamente cadastrada na Adepará. A vacina deve ser mantida entre 2 e 8 graus, tanto no armazenamento e transporte, quanto durante o processo de vacinação do gado.
Nesta etapa, todo rebanho, independentemente da idade, deve ser vacinado. “Na última campanha, em novembro do ano passado, realizamos a vacinação apenas do rebanho de 0 a 24 meses de idade, conforme o planejamento estratégico do Ministério da Agricultura (Mapa), para retirada da vacinação em todo o país até 2023. Nesta etapa, voltamos a vacinar os bovídeos de todas as idades, segundo o calendário de vacinação”, explica o gerente do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, da Adepará, George Santos.
O rebanho do Pará é o quinto maior do Brasil, com mais de 20 milhões de cabeças e reconhecido pela
Reconhecimento
No dia 20 de maio deste ano, o estado do Pará, juntamente com os estados do Amapá, Amazonas e Roraima, vai receber o reconhecimento internacional de área 100% livre da febre aftosa, durante a programação da 86ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), na cidade-sede do órgão, Paris, na França. O reconhecimento é referente aos oito municípios paraenses que possuem divisa com os estados do Amazonas e Amapá, áreas que eram consideradas de médio e alto risco para aftosa, respectivamente.
Ao receber tal reconhecimento, o Brasil finaliza o processo de erradicação da doença em território nacional, declarando todo o país como livre de Febre Aftosa com vacinação. Com a certificação internacional a ser conferida pela OIE, o gado paraense e dos demais Estados do norte brasileiro vão se igualar sanitariamente e economicamente ao restante do Brasil.
Livre
O Pará, assim como os outros estados brasileiros, começa a dar os primeiros passos para se tornar área livre da doença sem vacinação. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já começou a executar o plano para retirada da vacina em todo o País, e até 2023 o Brasil deve conquistar o status de zona livre da aftosa sem vacinação.
Segundo o diretor geral da Adepará, o status de livre da aftosa sem vacinação vai otimizar os recursos, tanto para o produtor quanto para o governo do Estado. “Isso permitirá utilizarmos esse recurso, que antes era gasto com as etapas de vacinação, para investir em fiscalização e controle, em uma proporção muito maior. Isso possibilitará a abertura de mercados e oportunidades para o Estado. Além disso, o produtor também não vai ter mais gastos com vacinação, podendo utilizar esse recurso para gerar mais lucro para ele”, ressalta.
O Pará livre da febre aftosa sem vacinação vai garantir a abertura de mercados em todo o mundo, já que a população paraense consome apenas 30% da produção de carne bovina do Estado. Os outros 70% são destinados à exportação. Alguns países, como Japão, não importam carne de países que ainda vacinam. “A aquisição desse status representa ganho de mercado e fortalecimento da nossa vigilância sanitária. Agora, é discutir junto com o setor questões técnicas, de logística e até de exportação, para que o País saia mais fortalecido deste processo”, informa Luiz Pinto.