27/01/2018 às 08h31min - Atualizada em 27/01/2018 às 08h31min

Encontro discute a implantação das diretrizes da Educação Quilombola na rede municipal de ensino

Formação reunirá durante 3 dias cerca de 50 pessoas entre profissionais da educação e representantes de entidades ligadas ao movimento quilombola.

Por: Érique Figueirêdo – ASCOM/PMO
Fotos: Mauro Pantoja – ASCOM/PMO

ÓBIDOS - Professores de comunidades quilombolas, representantes do Movimento Social Quilombola e técnicos da Coordenadoria Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Óbidos, no oeste do Pará, estão reunidos deste quarta-feira (24), para discutir a grade curricular dos educandários que estão localizados nas áreas de quilombo, pertencentes ao município obidense.

Os profissionais da educação participarão de uma série de atividades acerca da construção de uma educação quilombola com suas perspectivas teóricas e práticas, conforme estabelece a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que institui as diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola.

A Secretaria de Educação quer discutir o planejamento escolar para essas áreas, criando referências aos valores culturais, sociais, históricos e econômicos de cada uma das 16 comunidades que estão em área de quilombo titulada, ou que ainda estão em processo de reconhecimento pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“O nosso plano de curso não está adequado à realidade quilombola. É isso que nós vamos fazer nesses três dias de encontro. Vamos fazer uma reformulação do nosso plano, para que a gente possa estar trabalhando metodologias, atividades temáticas da educação infantil até o EJA [Educação de Jovens e Adultos], na rede municipal de ensino. Levando em consideração os olhares dos professores, gestores e alunos que vivem nessas comunidades”, explicou Jacira Frota, coordenadora Pedagógica da Semed. 

Para o professor e presidente da Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Óbidos (Arqmob), Marcelino da Silva Sena, a discussão sobre a grade curricular quilombola é fundamental para a manutenção da cultura das comunidades remanescentes. “O currículo escolar quilombola ele vai nos ajudar para que nossos jovens e nossas crianças possam no futuro ter a garantia de ingresso às universidades pelas cotas. E é uma forma de nós estamos trabalhando o resgate da cultura quilombola do nosso município. Haja vista que escolas e algumas comunidades ainda não trabalham, tem essa dificuldade tanto na questão escolar como cultural”.

A formação deve reunir até a próxima sexta-feira (26), cerca de 50 pessoas entre profissionais da educação e representantes de entidades ligadas ao movimento quilombola. O encontro está sendo realizado na Escola Municipal Professor José Tostes, no bairro de Lourdes.


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