03/12/2017 às 15h49min - Atualizada em 03/12/2017 às 15h49min

"Titulação Já" é a principal bandeira de luta de povos Quilombos em Oriximiná

Ao todo oito territórios quilombolas de Oriximiná, na região da Calha Norte do Pará, participaram do Dia da Consciência Negra

Por: Martha Costa
Foto: Martha Costa

ORIXIMINÁ - “Titulação Já” este foi o tema da programação realizada em 20 de novembro, alusivo ao Dia da Consciência Negra, na Comunidade de Tapagem e que reuniu uma grande público para celebrar e também debater por meio de rodas de conversas, apresentações culturais com dança, música e apresentação teatral a necessidade da conquista dos direitos dos quilombolas. A festa contou com a presença dos oito territórios quilombolas de Oriximiná, Área Trombetas (Acorqat), Erepecuru (Acorqe), Ariramba (Acorqa), Água Fria (ACRQAF), Boa Vista (ACRQBV), Alto Trombetas II (ACRQAT), Cachoeira Porteira (Amocreq) e Mãe Domingas.

Segundo a coordenadora administrativa da Associação de Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (Arqmo), Claudinete Colé, a celebração do Dia da Consciência Negra buscou sensibilizar autoridades sobre a urgência da titulação dos territórios de Ariramba, Mãe Domingas, Amocreq e Alto Trombetas I, que mesmo com um Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) já publicado em Diário Oficial ainda não foi reconhecido.

“Sem o título definitivo da terra a gente não se sente seguro dentro do Quilombo, se chegar uma ordem de despejo a gente tem que sair da nossa comunidade e as políticas públicas não chegam, o que chega é o mínimo do mínimo pras nossas comunidades. A titulação não resolve tudo, mas é um ganho do direito a terra, pra gente poder dizer essa terra é nossa”

Parceiro, incentivador e patrocinador de ações que visam o desenvolvimento a Mineração Rio do Norte também esteve presente por meio do Projeto Circuito Cultural Trombetas, que trabalha a valorização da cultura. “Nos últimos anos a gente tem participado de todos os eventos, não só porque a gente apóia e patrocina, mas também porque a gente interage e procura discutir junto às comunidades estes temas importantes que é a igualdade entre os povos, a questão do reconhecimento e a luta da titulação. Este é um trabalho contínuo e com toda alegria mais um ano a gente esteve presente aqui, e este ano foi força total”, enfatizou Alberto Juliê, Relações Comunitárias da MRN.

O coordenador do Programa Territórios Sustentáveis, Edwilson Pordeus, enfatizou a importância das ações juntos as associações Quilombolas e fez uma breve analise sobre o tema da programação.  “Hoje é um dia de reflexão pra todos nós e uma coisa que me chamou atenção, o tema desta celebração é a “Titulação Já”, e não é só a demarcação do limite territorial é algo muito além que se relaciona com as suas histórias, seus costumes que são únicos. O objetivo do Territórios Sustentáveis é empoderar as associações através de capacitações para que elas possam tomar suas decisões. Nós temos algumas iniciativas de ferramentas de gestão nos territórios, como a construção do plano de vida e o fundo quilombola que já foi iniciado na Água Fria”, ressaltou Pordeus.  

O programa Territórios Sustentáveis é uma iniciativa da Agenda pública, Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) com apoio financeiro da Mineração Rio do Norte que visa contribuir para a construção de uma estratégia de desenvolvimento sustentável nos territórios de Faro, Terra Santa e Oriximiná.


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