16/05/2017 às 14h55min - Atualizada em 16/05/2017 às 14h55min

Limpeza de Igarapé Mais que um direito, na verdade uma necessidade. A limpeza do “igarapé” une os ribeirinhos para o trabalho em conjunto.

A experiência é gratificante, aliada ao resultado, nas comunidade de várzea o puxirum também é usado para esse tipo de atividade.

Para o Portal Obidense
Por: Walmir Ferreira
Foto: Portal Obidense

ÓBIDOS - Quando a água começa a subir, iniciam também as dificuldades para as famílias ribeirinhas. Uma delas tem a ver com o deslocamento de um lugar para outro na própria comunidade. Os igarapés são como ruas encharcadas. Eles ligam a comunidade. No período de cheia há um problema que é resolvido através de mutirão de limpeza. Limpeza e abertura do igarapé.

Com o maior índice de chuvas, o mato cresce e acaba fechando os estreitos córregos. Alguns chegam a menos de três metros de largura. São os igarapés que ligam um canto a outro nas comunidades. Se estiverem fechados pelo mato aí os moradores ribeirinhos se reúnem e fazem a limpeza, braçal, no igarapé.

É um trabalho cansativo, perigoso e extremamente necessário. Na comunidade rural Nossa Senhora das Graças, região de várzea do município de Óbidos, no Igarapé da Conceição que liga a Januária à Nossa Senhora das Graças o mato acabou fechando e dificultou a passagem das rabetas e canoas. Pelo igarapé a viagem custaria poucos minutos, sem esse trajeto a viagem pode levar duas horas.

Uma força tarefa é montada para limpeza do igarapé, que agiliza o tráfego dos moradores. O trabalho é feito manualmente. Homens e mulheres, com auxílio de terçados, começam o corte do capim. Outra equipe faz a remoção do mato.

Nossa Senhora das Graças é uma comunidade quilombola, de várzea, na região do Paraná de Baixo, município de Óbidos. O Igarapé da Conceição tem grande importância no dia a dia dos moradores e serve via de acesso a várias comunidades.

Para se ter uma noção da importância do igarapé, para se deslocar da Ponta da Ilha do Carmo até o interior da comunidade são gastos por volta de uma hora e meia. Com o igarapé limpo são pouco mais de dez minutos. O igarapé tem pouco mais de 2.30 centímetros de profundidade no período de cheia e pode esconder muitos moradores indesejáveis para quem se aventurar por aqui, como sangue sugas, jacarés e cobras aquáticas.

O trabalho só é interrompido para um lanche reforçado. Sob os intensos raios solares os ribeirinhos reforçam as energias para mais uma jornada de trabalho que é feita de forma braçal. Com cantorias e várias histórias o trabalho de limpeza é feito e acaba sendo menos cansativo e desgastante quando há o bate papo. São causos, histórias, lendas e coisas do dia a dia que servem para entreter, distrair e garantir umas risadas, que amenizam o cansaço e o calor do sol do meio dia.

 


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