07/05/2017 às 20h05min - Atualizada em 07/05/2017 às 20h05min

Família, amigos, políticos e autoridades em Óbidos, homenagearam seu Manduquinha pela passagem de seu aniversário.

Ao completar 100 anos de vida, seu Manduquinha, ganhou uma festa de aniversário com temas que retravam sua história de vida, no trabalho e na diversão.

Por: Rafaela Aquino

Fotos: Arquivo Familia e Portal

ÓBIDOS – A semana foi intensa para um senhor com espirito jovial, que completou seus incríveis 100 anos de vida. Recebeu em sua residência, visitas de pessoas que o procuravam para lhe desejar feliz aniversário, foi homenageado na Câmara municipal e para finalizar no sábado, uma linda festa de aniversário que reuniu, pessoas de várias gerações todas para cantarem parabéns para este centenário obidense.

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Manuel Azevedo Santos (Seu Manduquinha), filho da senhora Raimunda Azevedo e seu Cervino, ambos da comunidade São José do Mata.

Estudou até a primeira série do fundmental, quando morava na comunidade São José, “ganhava a vida” com o trabalho “duro”, a lida na roça, quando não tinha o trabalho nos roçados da região, pescava.

Como o próprio Manduquinha fala, “Sou muito rodado”. Teve o início de sua história, com muitas viagens a partir de 1958, quando decidiu deixar sua comunidade do Matá.

Andou por vários lugares do Brasil, atrás de diamantes, chegou até a ir ao exterior passando pela Guiana Francesa, depois voltou ao Brasil, foi para os “lados” do nordeste, andou por São Paulo, Rio Grande do Sul, todas essas viagens, atrás de pedra preciosa.

Depois de muita estrada, voltou ao Matá, casou-se ao 17 anos, com Dona Elza, com quem está até hoje. Ficou no Matá até o ano de 1975, quando resolveu mudar-se para Óbidos.

Em 25 de Setembro de 1975, chegava a Óbidos com sua família, já eram oito filhos, em Óbidos o casal ainda ganhou mais dois filhos. No total, oito homens e duas mulheres animavam a casa do casal.

Ele tinha um sonho que, depois se tornou realidade. Seu Manduquinha passava a trabalhar com uma carroça de boi, transportando, produtos e fazendo o famoso carreto! Como muitos, de nós, pudemos presenciar, assim conseguiu sustentar sua família e com o passar dos anos, outras famílias aderiram à mesma cultura familiar, que virava profissão na cidade. Seu Manduquinha, sempre inventando.

Com este trabalho digno, que gerava renda da família, ele conseguia movimentar a economia do município de Óbidos, pois comprava carvão e palha nas colônias do Mamauru e Campina, entre outras comunidade, para revender aos moradores locais. Nessas andanças foi despertando através de suas conversas e reuniões o gosto pela música.

Por ter habilidade com o cavaquinho e o violão. Em 1980, no período da festividade do padroeiro do bairro da Cidade Nova, o Sagrado Coração de Jesus, seu Manduquinha recebeu um convite do senhor Urbano, então presidente da festividade, para fazer um show. Porém o mais difícil e seu grande desafio foi encontrar pessoas que soubessem tocar instrumentos musicais. Mas, a partir daí, seu Manduquinha começava a fazer a seleção dos músicos para compor a banda, que mais tarde recebeu o nome e ficou conhecida como Pau e Corda. No início da formação da Grupo Pau e Corda, seis músicos tiveram a honra de participar deste sonho:

1-Manoel Azevedo (Manduquinha)

2-Manoel (Bebé)

3-Raimundo Cardoso (Ligeirinho)

4-Pedro Soares (Barba de bode)

5-Miguel Venâncio

6-Luiz Ribeiro

Boêmios da Saudade

Estes foram os fundadores do “Conjunto Pau e Corda”, como ele gosta de ressaltar. Após as festividades, depois de aceitar o convite do presidente, as atuações do conjunto prosseguiram, foram convidados pelo Sr. Armando (proprietário da Radio Atalaia) para fazer parte de um programa da Rádio aos domingos, com uma hora de programação. Durante as apresentações na Rádio, o grupo ganhava mais um componente, Riri. Com sua entrada no conjunto, Riri reivindica mais uma hora na programação da rádio e dá um nome ao programa do grupo, Boêmios da Saudade.

Com o programa na Rádio Atalaia, ficaram conhecidos em toda cidade e com muita frequência recebiam convites para tocar pelos interiores, colônias, municípios vizinhos e chegaram a tocar na Capital do Estado, onde receberam grande reconhecimento pela bela música que tocavam.

Seu Manduquinha, nos disse: “Sempre toquei com amor, pura vontade de levar à alegria as pessoas, assim como os outros componentes do grupo”.

Ele ressalta, na época a falta de apoio das lideranças locais para preparar futuros músicos que pudessem dar prosseguimento a esse trabalho cultural tão bonito.

Após a motes dos seus amigos o grupo Pau e Corda parou de fazer suas apresentações, ainda integrou ao grupo outros componentes, como o Zé Lages.

Seus Manduquinha completou 100 anos de vida neste dia 03 de maio de 2017, mais com uma aparecia de 85, ainda tem na mente todas as notas do violão até deu uma palhinha para a equipe do Portal Obidense.

Nunca ninguém ensinou seu Manduquinha a tocar violão, foi um autodidata, conta ainda que fazia violão improvisado, tirava talas para usa-las em cuias para que saíssem o som, começou a partir daí, toda sua paixão pela música e violão.

Hoje, dos membros do grupo somente seu Manduquinha permanece entre nós. Reside na Rua 15 de Novembro, nº 488, Bairro da Cidade Nova em Óbidos.


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